Enquanto as instituições que se dedicam à conservação do macaco-prego-galego celebram o nascimento, na Paraíba, de um filhote da espécie, entre os 25 primatas mais ameaçados de extinção do mundo, o zoológico do Recife confirma a morte de uma fêmea.
O mamífero, confinado no zoo desde março de 2010, morreu meses depois de transferido do Ibama em Cabedelo (PB), onde nasceu, no dia 14 de maio de 2009. No mesmo local, uma fêmea deu cria no dia 11 deste mês, elevando para 13 o número de animais da espécie nas instalações do centro.
A macaca que foi a óbito chegou ao zoológico em 26 de março de 2010. Três dias depois, foi transferida da quarentena, num setor reservado do público, para a área de visitação, onde passou a dividir um recinto com um macho resgatado dia 19 de novembro de 2009 em Igarassu, no Grande Recife.
A veterinária do zoo Luciana Zanetti informa que o animal morreu de pneumonia, no dia 1º de julho de 2010. A necropsia revelou a ausência do baço, órgão relacionado às defesas orgânicas do animal. “Quando chegou já estava fraquinha e magra”, lembra. Hoje o zoo, no Parque Dois Irmãos, Zona Norte, conta com dois machos e duas fêmeas adultos da espécie.
A coordenadora do setor técnico-científico do Centro de Primatas Brasileiros (CPB), Mônica Montenegro, acredita que a má-formação do bicho estivesse relacionada a problemas de consanguinidade. “O filhote pode ser resultante do cruzamento de animais com parentesco muito próximo”, explica. O CPB, ligado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Ministério do Meio Ambiente, coordena o programa de conservação da espécie em nível nacional.
O macaco-prego-galego, chamado Cebus flavius pelos cientistas, soma mais de 30 indivíduos em zoológicos de todo o Brasil. Na natureza, estima-se que haja centenas. “Só numa reserva privada da Usina Japungu, em Santa Rita, na Paraíba, são mais de 200”, diz Mônica. O primata vive exclusivamente na Mata Atlântica de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Fonte: JC Online
Nota da Redação: Os motivos que ainda levam cientistas e pesquisadores a manter animais em confinados em zoológico foge da compreensão de qualquer pessoa defensora da liberdade. A preservação de toda e qualquer espécie não pode ocorrer aprisionando seres vivos em ambientes artificiais. Ou como já disse a Doutora Sônia Felipe, colunista da ANDA: “reproduzir animais em zoos não garante que sua espécie de vida seja preservada. Insisto: manter um corpo funcionando não é tudo quando se trata da riqueza espiritual que cada espécie viva representa.”