Enquanto 25 animais foram afastados do Zoológico de Niterói (Zoonit) na segunda-feira por, segundo o Ibama, falta de espaço e superlotação de jaulas, o destino do chimpanzé Jimmy ainda é incerto. Em maio, o Grupo de Apoio aos Primatas (GAP) impetrou um habeas corpus para que o macaco fosse levado a um santuário ecológico em Sorocaba, no interior de São Paulo. O processo está parado na mesa de um desembargador do Tribunal de Justiça (TJ) desde 29 de julho.
O GAP lamenta que o TJ ainda não tenha chegado a uma definição, e que o chimpanzé ainda esteja em Niterói. A assessora de imprensa do grupo, Jaqueline Ramos, diz não estar surpresa com o afastamento dos 25 animais do zoológico:
“Já havíamos sinalizado para esta falta de espaço. Muitos outros animais além do Jimmy são vítimas. A estrutura é muito precária.”
A presidente do Zoonit, Giselda Candiotto, garante que os animais têm o tratamento adequado no espaço oferecido. O Ibama acusa o zoológico de não cumprir um termo, que previa a construção de novas áreas para os bichos. Giselda alega que 70% das obras estão concluídas, e que a outra parte depende de mais verbas.
“É estranho que eles tenham levados para o Rio exatamente animais que estão em extinção. Eles querem tirar os animais daqui. E os bichos já estão acostumados, correm risco se forem retirados deste local”, aponta.
Na própria segunda-feira, o Zoonit entrou com uma medida cautelar na Justiça Federal de Niterói para reaver os animais perdidos. Mas ontem, o juiz reencaminhou a decisão para a Justiça Federal do Rio, já que o autor do processo está na capital. Segundo o órgão, ainda não há uma previsão para se resolver a medida cautelar.
Fonte: Extra
Nota da Redação: Por melhor que seja o ambiente proporcionado pela administração de um zoo, jamais será adequado às reais necessidades de qualquer animal. Privados de sua liberdade, autonomia e habitat natural, sua vida triste e sem sentido atrás de grades para preencher olhos humanos ávidos e curiosos está longe do ideal. Jaulas maiores ou mais bem cuidadas preenchem os pré-requisitos institucionais e legais, mas a lacuna existencial dessas vidas jamais será preenchida. O destino minimamente digno para todos os animais que hoje habitam os zoológicos são santuários – instituições que proporcionam um fim de vida isento de crueldade aos animais tão maltratados para entretenimento humano.