Três animais mantidos em cativeiro por narcotraficantes mexicanos chamaram a atenção nessa semana. Na segunda-feira, um homem morreu ao tentar acariciar um tigre em Michoacán. Na terça-feira, um macaco-aranha vestido de roupa camuflada e colete a prova de balas foi morto em um tiroteio na cidade de Texcaltitlan. No dia seguinte, um tigre-de-bengala foi visto caminhando pelas ruas de Tecuala.
O homem que morreu ao tentar acariciar um tigre foi identificado como José de Jesús, de 23 anos. De acordo com a imprensa local, ele era tratador do animal.
Imagens feitas por um colega de Jesús mostram o momento em que o tratador coloca a mão pela cerca e tenta tocar o animal selvagem. “Quem te ama?”, pergunta. E, em seguida, o animal avança contra a mão do homem, que começa a gritar.
As autoridades policiais do estado de Michoacán confirmaram que o homem foi levado para um hospital, onde morreu alguns dias depois devido aos ferimentos.
Uma operação policial resultou na morte de 11 suspeitos de tráfico de drogas, em Texcaltitlan, nessa terça. A ação também fez um macaco-aranha como vítima. O animal era uma espécie de mascote da quadrilha.
Imagens da operação mostram dezenas de armas apreendidas e também o macaco morto. Em uma das fotografias, o animal aparece vestido com uma jaqueta camuflada e um colete à prova de balas.
“Um primata foi morto no local, que presumivelmente era de propriedade de um criminoso que também foi morto no local”, informaram as autoridades locais.
Tigre pelas ruas
Policiais de Tecuala foram acionados nessa quarta-feira para retirar das ruas um tigre-de-bengala que foi flagrado caminhando livremente. A região faz fronteira com o estado de Sinaloa, que abriga o cartel de mesmo nome.
O animal era mantido ilegalmente por narcotraficantes, segundo a mídia local. Imagens do animal foram compartilhadas nas redes sociais. Os vídeos mostram o tigre caminhando calmamente na calçada. Em um outro trecho, um homem coloca uma corda no pescoço do tigre e o leva consigo
O analista de segurança David Saucedo disse em entrevista à AP que a criação de animais exóticos é um símbolo de status e poder para os narcotraficantes. E esta prática no México tem origem nos traficantes colombianos dos anos 1980 e 1990.
“Os narcotraficantes mexicanos copiaram do cartel de Medellín o costume de adquirir animais exóticos e montar zoológicos particulares”, disse Saucedo, à AP. “Segundo o código da aristocracia do narcotráfico, ter um zoológico particular era um pré-requisito para fazer parte do círculo dos grandes traficantes de drogas”.
Fonte: O Globo