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PRIVADA DE LIBERDADE

Macaca que vivia acorrentada e era forçada a fumar é levada para zoológico

Por ter vivido mais de 20 anos presa em um cativeiro, a macaca Chicó nunca terá a chance de viver na natureza, longe da exploração para entretenimento humano característica de zoológicos

8 de setembro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Divulgação

A macaca que vivia acorrentada em um cativeiro na zona rural de Sorriso, em Mato Grosso, foi levada para o Parque Zoobotânico da Vale na Floresta Nacional de Carajás, no Pará, após meses de reabilitação. Chicó, como é chamada, foi resgatada em março e desde então recebeu tratamento no hospital veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), de Sinop.

Por mais de 20 anos, a macaca viveu aprisionada em cativeiro. Além das correntes que a mantinham em condição degradante, Chicó era forçada a fumar e a ingerir bebida alcoólica, práticas realizadas por seu tutor que configuram crime de maus-tratos.

Resgatada após denúncias, a macaca-aranha-de-testa-branca libertou-se dos maus-tratos após a polícia descobrir os crimes praticados por seu tutor através de um vídeo no qual o homem forçava o animal a ingerir bebida alcoólica. Logo após o resgate, ela foi levada ao hospital veterinário da UFMT, onde permaneceu por quatro meses sendo submetida à reabilitação.

Por ter sido criada por humanos e sofrido maus-tratos, Chicó havia desaprendido a se comportar como um macaco e, por isso, foi necessário lhe ensinar costumes e comportamentos típicos da espécie. No zoológico, ela poderá conviver com outros macacos, mas o cativeiro lhe tirou de forma definitiva qualquer chance de desfrutar da liberdade em meio ao habitat.

Foto: Divulgação

Logo após a transferência para o parque, Chicó foi levada ao setor de quarentena e, tempos depois, à ambientação. Atualmente, ela já vive no recinto de macacos-aranha-de-testa-branca. Hoje, ela recuperou o comportamental natural da espécie, mas no passado usava coleira e se arrastava como um cachorro.

“Faltava postura de macaco-aranha, como o deslocamento em altura e utilização da cauda preênsil, porque ela sempre ficava no chão. Também comia como um cão, sem usar as mãos. O macaco-aranha faz isso, mas é um comportamento onipresente, geralmente, usam muito as mãos e a calda”, explicou ao G1 a professora e pesquisadora veterinária da universidade, Elaine Dione.

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