Os piracicabanos que tiverem queixas da conduta profissional de médicos veterinários da cidade podem registrar a denúncia na ouvidoria do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) do Estado de São Paulo. Há um ano, três veterinários da cidade foram nomeados e novamente empossados no último dia 17 de março.
Os ouvidores são os médicos veterinários Fábio Eduardo Siqueira, Murilo Antonio Fernandes e Roberto de Azevedo. “Somos um canal de comunicação entre a população e o CRMV”, disseram.
Eles informaram que podem receber queixas sobre problemas relacionados a procedimentos dos veterinários, com críticas, denúncias, sugestões e também elogios. “O CRMV não tem o perfil de combater ou investigar denúncias, mas contribuir para o aperfeiçoamento das ações e tentar uma solução do problema”, afirmou Fábio.
Eles explicaram que maus-tratos de animais, de forma geral, são crimes e devem ser denunciados à polícia. No entanto, se um veterinário for acusado de maus-tratos, ele pode ser investigado pelo CRMV e pode ter de responder a um processo. “Nós elaboramos os pareceres do que foi apurado e encaminhamos aos Conselho, que envia uma equipe de fiscalização”, disse Roberto.
Conforme os ouvidores, a população deve ficar atenta aos serviços dos veterinários, como atendimento, internação, concorrência desleal e principalmente quanto ao banho e tosa dos animais. Segundo Murilo, há muitas ocorrências de queixas de condutas durante esse serviço. “Problemas durante o banho e a tosa ocorrem pela ausência do profissional veterinário e funcionários desqualificados. Pequenos erros, como um corte de pelo errado, sem danos ou um ferimento leve causado pela agitação do animal são aceitáveis, mas o conselho já apurou casos graves de estabelecimentos que sedavam os animais para fazer o serviço”, contou.
O processo pode levar ao impedimento do veterinário exercer a profissão. “Ele é o responsável técnico e médico e responde jurídica e criminalmente pela clínica ou pet shop. Todos esses estabelecimentos têm de ter um médico veterinário responsável, porque há venda de medicação, ração e alguns banhos e tosas”, alertou Fábio.
Ele ressaltou que há uma lista dos profissionais qualificados e das clínicas registradas no site do CRMV, que as pessoas podem acessar e ver as informações sobre o lugar que levaram ou antes de levar um animal de estimação.
Denúncias
Roberto afirmou que os ouvidores trabalham com denúncias, mas que elas não podem ser anônimas. “A pessoa não tem sua identidade revelada, mas ela tem de se identificar. Os procedimentos e as conclusões que são encaminhados ao conselho também são sigilosos”, afirmou.
O contato com os ouvidores deve ser feito por telefone ou e-mail e a pessoa deve deixar uma forma para eles entrarem em contato.
Conselho aguarda denúncia
Os ouvidores informaram que poderão apurar o caso do gato persa que foi recolhido e sacrificado no Canil Municipal na semana passada, caso os tutores do animal façam uma denúncia formal, para que eles possam investigar a conduta da médica veterinária que atendeu o gato e praticou a eutanásia. “Não temos poder para apurar irregularidades no canil, mas na conduta dos veterinários”. O tutor do gato Juninho, que tinha dois anos, disse que está analisando os laudos que recebeu do canil e pegando mais informações para ver a possibilidade de dar continuidade ou não à denúncia. “Na próxima segunda-feira, devo ter concluído isso e vamos decidir o que fazer”, contou.
Serviço
Ouvidoria do Conselho Regional de Medicina Veterinária
Fábio Eduardo Siqueira – Fone: 3432-4915, e-mail: [email protected]
Murilo Antonio Fernandes – Fone: 3411-4050, e-mail: [email protected]
Roberto de Azevedo – Fone: 3402-8348, e-mail: [email protected]
Fonte: Gazeta de Piracicaba