Após mais de 20 dias do incêndio mais letal do Havaí ter varrido a cidade de Lahaina, grupos de resgate de animais alertam que dezenas de animais domésticos, principalmente gatos, continuam a sobreviver nos destroços sem receber ajuda iminente.

No entanto, os esforços para organizar uma operação de resgate em larga escala estão sendo frustrados pelas autoridades, que estão restringindo o acesso à área do desastre.

O major-general Kenneth Hara, auxiliar-geral do Havaí, o principal oficial militar do estado, declarou na última sexta-feira que não há relatos de animais abandonados, apesar de várias missões aéreas. Ele qualificou como “uma mentira absoluta e definitivamente falsa” a afirmação de que milhares de gatos ainda estão na zona queimada.

Entretanto, grupos de resgate de animais contradizem essa afirmação. Relatam que, recentemente, gatos têm sido avistados dirigindo-se às estações de alimentação colocadas no perímetro da área afetada.

Maria José, veterinária da Ilha Grande, destaca que a intenção do governo é eliminar todos os animais vivos na zona queimada, mas ela considera tal afirmação inverídica. José trabalhou incansavelmente para resgatar animais da subdivisão Leialaii Hawaiian Homeland e da Ainakea Road, mas foi impedida de continuar pelo governo.

Sarah Haynes, fundadora da Kitty Charm Farm, uma organização de resgate de gatos em Maui, relata que têm recebido vários sobreviventes da área do desastre. Ela explica que a busca ativa é essencial, já que os animais se escondem e não se expõem facilmente.

A veterinária Maria José relata as péssimas condições na zona queimada e lamenta que a falta de resgate oportuno está custando vidas. Embora animais feridos pelo incêndio não sobreviverão, outros ainda estão escondidos, sem acesso a comida ou água.

Especialistas apontam que cães, por serem mais dependentes, provavelmente não sobreviveriam em tais circunstâncias, enquanto os gatos, mais evasivos, poderiam ter uma chance de sobreviver.

Dawn Pfendler, CEO da Hawaii Animal Rescue Foundation, ressalta a incerteza sobre quantos animais sobreviventes podem ainda estar presentes na área. Ela destaca a dificuldade de encontrar animais que, por instinto, não se expõem aos socorristas.

Apesar das dificuldades enfrentadas pelos grupos de resgate, eles estão prontos para entrar em ação assim que as autoridades permitirem. A Maui Humane Society, por sua vez, afirmou estar colaborando com organizações locais e nacionais para garantir um processo de busca e salvamento adequado.

Enquanto famílias de animais domésticos desaparecidos esperam por notícias de seus queridos companheiros, as autoridades continuam a monitorar a situação. Com a área ainda sendo considerada perigosa, os esforços de resgate estão limitados, e a incerteza quanto aos sobreviventes permanece.