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INDONÉSIA

Luta contra a caça e o desmatamento: orangotango escala árvore para desfrutar o simples prazer de comer figos

21 de novembro de 2024
2 min. de leitura
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Foto: Tim Laman

Em meio às florestas tropicais de Bornéu, Tim Laman, biólogo e fotógrafo premiado, dedicou anos a capturar imagens únicas da vida selvagem, incluindo os ameaçados orangotangos. Com sua esposa, Cheryl Knott, primatologista com três décadas de pesquisas no Parque Nacional Gunung Palung, Laman testemunhou de perto os desafios enfrentados por esses primatas, cujas vidas estão cada vez mais ameaçadas pelo desmatamento e pela caça.

“Nos anos 90, vi tanta destruição que percebi que publicar artigos científicos para um público restrito não teria o mesmo impacto que imagens capazes de alcançar milhões de pessoas”, explica Laman, que transformou sua pesquisa acadêmica em um compromisso com a fotografia documental.

Uma das imagens mais marcantes de Laman, vencedora do prêmio de Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano em 2016, mostra um orangotango escalando uma figueira frutífera isolada no meio da floresta. A captura exigiu dias de preparação e a instalação de câmeras remotas no topo das árvores, garantindo uma perspectiva inédita.

“Eles passam pouquíssimo tempo no chão e são incrivelmente difíceis de fotografar. Precisei ser paciente e invisível para capturar esse momento”, relata.

Os perigos que cercam os orangotangos

Espécies como os orangotangos de Bornéu e Sumatra são vítimas diretas do avanço da destruição ambiental. O desmatamento para plantações de óleo de palma e a caça colocam esses grandes primatas – parentes próximos dos seres humanos – à beira da extinção. Além disso, o isolamento causado pela fragmentação das florestas reduz seu acesso a alimentos e compromete sua sobrevivência.

Os orangotangos não vivem em grupos sociais e dependem das densas copas das árvores para se locomover e encontrar abrigo. A redução de seus habitats os expõe a riscos maiores, incluindo a captura para o comércio ilegal de animais. “Eles sempre sabem que você está lá, mesmo quando você acha que está escondido. Esse comportamento é fascinante, mas também os torna vulneráveis a caçadores”, alerta Laman.

Arte e conservação como ferramentas de impacto

Além de suas fotografias, Laman busca inspirar ações para a preservação das florestas tropicais e seus habitantes. “Conhecer o seu assunto é essencial para a fotografia de vida selvagem. Mas, acima de tudo, é necessário estar presente. Só conseguimos mudar algo quando estamos lá, observando e registrando o que precisa ser protegido”, enfatiza.

A dedicação de Laman e Knott ao estudo e à documentação dos orangotangos reflete a urgência de preservar essas espécies emblemáticas, que enfrentam ameaças crescentes. Suas imagens não apenas encantam, mas também alertam sobre a necessidade de ações globais para salvar os últimos refúgios dessas criaturas extraordinárias.

Os orangotangos podem ser difíceis de encontrar no topo das árvores, mas a mensagem que trazem é clara: enquanto a destruição das florestas continuar, o futuro desses primatas – e de toda a biodiversidade que depende delas – estará sob risco.

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