Já se passaram nove meses desde que o cão da raça pit bull Ryng foi agredido com uma barra de ferro por um vizinho, mas sua tutora, Luize Altenhofen, ainda se emociona ao falar no assunto. “Ele está bem. É um cão feliz, que continua recebendo amor”, diz ela, que na manhã desta sexta-feira (11), postou uma foto da filha, Greta, tomando café da manhã perto de Ryng e da cadela Rajya. “Ei, galerinha, esse café da manhã é meu #bomdia #greta #ryng #rajya #amomuito”, brincou ela em rede social.
Ryng chegou a ficar em coma induzido e teve fraturas nos ossos do crânio e maxilar, além de ficar cego de um olho. “Eu pego a focinheira e o chamo para passear e ele fica assim, procurando no ar. Ele está bem obeso e anda com dificuldades”, conta ela. Ryng tem 10 anos e 35kg.
Na época, o agressor de Ryng recebeu ameaças pelo Facebook. A defesa dele afirmou que as mensagens eram ofensivas e que fotografias com tarjas de “assassino” foram publicadas. Luize ressaltou que não se tratavam de comentários dela, mas de pessoas – algumas que ela não conhecia – testemunhas da cena. “Assim como xingaram ele, também recebi muitas ofensas nas redes sociais. Uma pessoa chegou a dizer que eu tinha de entender que pit bull é uma raça que não deveria existir, que tinha mesmo é que acabar com todos”, conta Luize, que excluiu a conta do Facebook na quinta (4).
“Para sair um pouco disso optei por excluir minha conta. Mas sou jornalista, gosto de comunicação e nunca seria responsável por tirar um site como o Facebook do ar”. Um despacho da 1ª Vara Cível da Comarca de São Paulo deu prazo de 48 horas para que a rede social retirasse do ar mensagens publicadas. Do contrário, o site seria tirado do ar, por meio do bloqueio do acesso feito por provedores.
“Também disseram que eu não deveria ter um animal tão agressivo com criança pequena em casa”, diz Luize, que é mãe de Greta, de 4 anos. “Ela me perguntava muito quando Ryng voltaria para casa quando ele estava no hospital. Eles dormiam juntos. Foi bem difícil”, relembra.
Preconceito contra a raça
Luize tutela mais outros seis cães da raça pit bull, espalhados pela casa da atriz em Maresias, no litoral norte de São Paulo, Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, e São Paulo, onde mora atualmente. “A mãe do Ryng faleceu de câncer há pouco tempo e foi bem difícil. Ela era muito companheira, parceira mesmo. Gostava de sair de carro comigo. Eu deixava ela no estacionamento com as janelas abertas e o rádio ligado e ela ficava no carro de boa. É uma família”, conta. “Essa raça é só tamanho, eles são muito dóceis e têm o coração enorme. Existe um preconceito contra a raça, mas é a forma que você educa. Tem quem crie para a briga. A culpa é do ser humano”, disse.
Fonte: Circuito Mato Grosso