Uma lontra resgatada nesta semana em uma olaria localizada no distrito de Cacau-Pirêra, em Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), será a primeira da espécie a ser estudada com mais profundidade por especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Também será a primeira oportunidade que os cientistas do Inpa, em parceria com a Associação Amigos do Peixe-Boi (AMPA), terão de realizar a reintrodução à natureza de forma acompanhada desta espécie.
Segundo a bióloga Patrícia Farias Rosas Ribeiro, da Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa), o resgate da lontra macho de aproximadamente um ano e meio aconteceu após o dono da olaria entrar em contato com o Inpa. A Ampa é uma entidade vinculada ao Inpa.
Desabituada à características selvagens, o animal vivia sobretudo em área terrestre, se alimentava apenas de peixe morto e tinha como companhia animais domésticos e seres humanos.
A lontra estava no terreno da olaria desde o início do ano, quando seu antigo “tutor” a abandonou.
“O homem que criava o animal desde 2009 começou a reclamar que a lontra estragava a plantação. No início do ano ele tentou soltá-la na natureza, mas ela ficou pelas proximidades da olaria. Ele passou a morder as pessoas, mas isso devia ocorrer no momento em que alguém dá comida para o animal”, disse Patrícia.
A lonta foi enviada para o Centro de Preservação e Pesquisas de Mamíferos Aquáticos de Balbina, no município de Presidente Figueiredo. Ela passará a se alimentar de peixe vivo e será submetida a um processo de reabilitação até que seja enviada para uma área de semi-cativeiro.
A última vez que o Inpa recebeu uma lontra foi em 2007. Ela foi enviada para Balbina, mas morreu ano passado.
“A lontra não é agressiva. Mas é um animal selvagem e não pode ser confundindo com doméstico. As pessoas precisam estar cientes que assim como a lontra, outros animais não podem ser retirados de seu ambiente natural”, disse Patrícia.
Uma lontra mede em geral um metro e meio e tem um pouco menor do que esta e, normalmente, tem comportamento tímido em seu habitat natural.
Fonte: A Crítica