Um animal, que poderia ser uma lontra, esteve alguns minutos numa esplanada da Foz do Porto, por volta das 12h30, e depois desapareceu no mar. Autoridades estranham a situação e estarão atentas a um regresso do animal àquela zona da costa.
Cerca das 12h30, um funcionário da Pizza Hut chamou a Polícia Marítima por causa de um animal, parecendo uma lontra, que estava na zona das esplanadas já há algum tempo, despertando a curiosidade de muitos. Ilda Martins, que testemunhou a incursão do animal pelas praias do Porto, contou à Agência Lusa que o mamífero “saiu do mar, deslocou-se até à esplanada e sentou-se numa cadeira”.
“Quando chegámos ao local, o animal, que nos pareceu ser uma lontra, estava a fugir das pessoas, que se juntaram muito a ele e depressa desapareceu no mar. Foi tudo muito rápido”, disse ao Público um dos dois agentes destacados para confirmar a veracidade da situação.
O animal parecia estar de boa saúde, uma vez que se movia com facilidade e rapidez, garantiu ainda.
Identidade desconhecida
De momento resta a dúvida sobre a identidade do animal. Em Portugal não existem lontras marinhas (Enhydra lutris), mas apenas lontras de rio (Lutra lutra), espécie classificada como Pouco Preocupante no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal.
Élio Vicente, biólogo do Zoomarine, disse ao Público que não sabe ao certo o que se passou mas que este poderá ter sido o caso de uma lontra de rio que foi arrastada pelas águas até à foz e ao mar. “A lontra de rio não pode estar no mar porque não lida bem com a água salgada nem com a ondulação ou com as correntes. O que pode ter acontecido é o animal ter tentado sair da água”, assustando-se depois com as pessoas, acrescentou.
A bióloga do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade Marina Sequeira, também estranhou a situação. “Não é normal aparecerem lontras no mar”, disse ao Público. Mas tendo em conta que não está disponível nenhuma identificação credível do animal, a especialista prefere aguardar que a espécie volte a aparecer para se pronunciar. “Num momento em que tudo aconteceu muito rápido, é fácil confundir uma lontra com uma foca juvenil. É preciso esperar”.
A Polícia Marítima e o ICNB estão em alerta para eventuais novos casos naquela região.
Fonte: Ecosfera