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MAIS CUIDADOS

Longevidade: expectativa de vida dos animais tem aumentado

Assim como os humanos, os animais domésticos têm vivido mais tempo, e isso traz a necessidade de cuidados especiais durante a velhice

27 de outubro de 2024
Ailim Cabral
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Quando acolhemos um animal, além de toda a empolgação e felicidade pelo momento, sabemos que eles não viverão tanto quanto nós e, mesmo que evitemos pensar no assunto, precisaremos lidar com a partida deles. Os avanços da medicina veterinária e o cuidado atento dos tutores, no entanto, têm permitido que a despedida aconteça mais tarde. Animais domésticos têm uma longevidade cada vez maior.

Mas, além da óbvia alegria de conviver com eles por mais tempo, são necessários alguns cuidados para garantir que esse tempo a mais de vida não seja de sofrimento ou dor. O médico veterinário e diretor-geral da VetFamily no Brasil, Henry Berger, afirma que, atualmente, a expectativa de vida de cães domésticos varia de 10 a 15 anos, considerando fatores como raça, porte, genética, nutrição e cuidados veterinários. Já os gatos domésticos, vivem, em média, de 12 a 16 anos. “Mas com os cuidados adequados, muitos deles podem viver mais de 20 anos”, afirma.

A médica veterinária e proprietária da clínica Smarfisio Veterinária, Catherine Lara, comenta que, atualmente, os cães de pequeno porte vivem em média de 10 a 15 anos e os de grande porte, de 10 a 13 anos, tempo consideravelmente maior do que há alguns anos, quando a maioria dos cães não passava dos 10 anos. “Claro, esses números podem variar. Vemos pacientes de pequeno porte com até 18 anos”, comenta.

Essa é a expectativa de animaiss domésticos com tutores que cuidam da saúde e fazem visitas frequentes ao veterinário. Os animais em situação de rua, ou até mesmo os que têm casas, mas não recebem cuidados, costumam viver menos, afinal, estão mais expostos a doenças e a diversos acidentes, além dos maus-tratos. Segundo Henry, cães de rua costumam viver de três a cinco anos, enquanto os gatos ficam entre dois e cinco.

Avanço da ciência

Existem alguns aspectos que contribuem para que os animais domésticos vivam mais, entre eles o diagnóstico precoce. “Isso é possível graças à evolução dos exames de imagem como ultrassonografia, ressonância magnética e tomografia, além de testes laboratoriais mais precisos, que permitem o diagnóstico precoce de doenças”, explica Henry. Ele acrescenta que a democratização do acesso a esses cuidados é outro fator importante.

O médico veterinário destaca ainda a medicina preventiva, que inclui protocolos adequados de vacinação, controle estratégico de parasitas e checapes regulares, além da nutrição de qualidade e mais atenção aos exercícios físicos e mentais, que fazem toda a diferença na vida do animal.

Porém, mesmo que tenham uma boa saúde, que os permita uma maior longevidade, conforme a velhice chega, algumas doenças se tornam, inevitavelmente, mais frequentes. A médica veterinária da My Pet Life, Ana Carolina Malvezzi, comenta que os cães passam a  ser considerados idosos aos 7 anos e é importante ter mais atenção com a saúde do animal.

“Olhar com esse cuidado de forma preventiva garante que os animais tenham mais qualidade de vida, propicia a descoberta de anomalias no início, facilitando o tratamento e tendo mais chances de sucesso”, comenta a médica. Entre as doenças mais comuns nos cães idosos, destacam-se as de ordem crônica, como artrite e problemas articulares, insuficiência cardíaca, problemas renais, câncer e declínio cognitivo e demência.

Henry ressalta que a depender do tamanho do animal, ele pode entrar na idade geriátrica um pouco antes ou depois — em cães pequenos, isso pode acontecer entre os 8 e 9 anos, enquanto em animais muito grande, pode começar um pouco antes dos 7 anos.

Os gatos demoram um pouco mais para serem considerados idosos, a partir dos 10 anos, e são tratados como geriatras a partir dos 15. Neles, as doenças renais crônicas são as mais prevalentes, seguidas de hipertireoidismo, diabetes, problemas dentários e câncer.

Fonte: Correio Braziliense 

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