A Prefeitura de Londrina (PR), por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) e da Secretaria Municipal de Ambiente (Sema), implantou um novo serviço para as pessoas em situação de rua que são acolhidas pela rede de serviços. Desde a semana passada, os atendidos pela Operação Noite Fria, que têm cão ou gato de estimação, agora, podem levar seu animal para o abrigo.
Ao todo, estão sendo implantadas gradualmente dez vagas para o acolhimento de cachorros ou gatos das pessoas em situação de rua. Assim, os acolhidos que desejarem o atendimento pela Operação Noite Fria poderão levar seu animal de estimação junto para o abrigo, onde há cama, coberta, produtos de higiene animal, água e comida. Como a assistência social lida com pessoas, esta fica responsável pelos seres humanos acolhidos. Já a Sema é a responsável pelas questões dos cuidados aos animais.
Segundo a secretária municipal de Assistência Social, Jacqueline Micali, esse trabalho é fruto de uma parceria estabelecida entre a Secretaria de Ambiente e Assistência Social que vem sendo feita há mais de um mês. “Faz uns 40 dias que estamos trabalhando com essa ação, que não é só o acolhimento do pet, mas toda a preparação de quem vai ficar com o animal e de quem vai atuar no acolhimento, para que saiba acolher esse animal. O objetivo principal é que a pessoa que está em situação de rua não deixe de aceitar o acolhimento por preocupação com seu pet, por isso o envolvimento da Sema e da Assistência Social é tão importante”, explicou Micali.
Os trabalhos com a população de rua, que têm animal doméstico, tiveram início durante o Abril Laranja, mês da conscientização contra os crimes de maus-tratos aos animais e da prevenção da crueldade. Desde então, os profissionais da Sema vêm conversando e orientando sobre a posse responsável e os cuidados básicos com os animais.
Os servidores da Sema têm entregado ração e feito a vacinação antirrábica dos cachorros e gatos de rua. Na parceria, coube a eles se responsabilizar pela confecção da cama dos cães e gatos, pelos potes de água e comida, pela ração e pelas mantas dadas aos animais acolhidos. “Queremos levar a mensagem de que os animais das pessoas que estão em situação de rua são bem-vindos nos acolhimentos, para que todos aceitem esses cachorros e gatos nos abrigos, especialmente, nas noites mais frias do ano, porque sabemos que se essas pessoas não puderem levar seu animalzinho, elas não vão para o acolhimento”, lembrou o secretário de ambiente, Ronaldo Siena.
Segundo a pedagoga da Sema e idealizadora da ação, Luciana Leite Monteiro, essa iniciativa já existe em outras cidades como em Cascavel e Balneário Camboriú e faz parte de um trabalho de conscientização e educação ambiental. “Quarta-feira passada fomos conversar com a equipe do acolhimento, levamos os materiais e conversamos sobre os procedimentos que eles precisam tomar. O morador de rua precisa entender que ele tem sua parte na responsabilidade pelo acolhimento de seu cachorro ou gato. Isso significa que se o animal fizer cocô, seu tutor precisará recolher o material e para isso vai receber os sacos plásticos e as orientações. Também conversamos sobre a vacinação dos animais, que ficarão em camas ao lado da pessoa acolhida”, elucidou.
Nos locais de acolhimento há um banner com as instruções e cuidados com os animais. A ideia é que, em breve, uma arte em grafite seja pintada nas paredes, com a temática animal.
Com informações de Jornal União