Todas as noites desde 1982, lobos-guarás visitam o Santuário da Serra do Caraça, um complexo histórico e religioso que fica entre as cidades de Catas Altas e Santa Barbará em Minas Gerais, a 120 quilômetros de Belo Horizonte, e é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
Isso acontece porque toda noite, às 19h30, uma bandeja com carne e frutas é colocada no pátio da Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, localizada em uma reserva de Mata Atlântica.
A tradição foi iniciada pelo padre Tobias Zico, que era responsável pelo local na época. Restos de alimentos nas lixeiras viraram atrativos para os animais e o padre deixou que eles se habituassem. Desde então, lobos-guarás visitam diariamente o santuário, que agora é conhecido por esse momento chamado “Hora do Lobo”.
Normalmente, as visitas envolvem uma família específica de lobos-guarás, composta pelo macho Zico, a fêmea Sampaia e dois filhotes, o Vicente e o Francisco. Eles são descendentes do primeiro lobo que apareceu no santuário.
Essa família é parte de um projeto de proteção da espécie, onde os dois adultos são monitorados por meio de colares com GPS, que registram a movimentação da alcateia. “O objetivo é entender a dinâmica e se o que eles fazem pode interferir na vida deles”, explicou Douglas da Silva, coordenador ambiental da reserva do Caraça, em entrevista ao g1.