Um lobo-marinho-sul-americano (Arctocephalus australis) foi resgatado nesta quinta-feira (05/12) na Praia do Embaré, em Santos, no litoral de São Paulo. O animal aparentava estar abaixo do peso e com sinais de exaustão
O Instituto Gremar informou que, antes do atendimento desta tarde na Praia do Embaré, foi acionado para ocorrências com o animal na Praia do Itararé, em São Vicente (SP), e na Praia da Aparecida, em Santos. Nas duas ocasiões, o lobo-marinho retornou ao mar antes da chegada dos profissionais.
De acordo com o instituto, o animal foi resgatado e levado ao Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos em Guarujá (SP), onde será estabilizado e passará por exames sobre o quadro clínico.
Visto em Praia Grande
O Instituto Biopesca, por sua vez, também atendeu o mesmo lobo-marinho-sul-americano por volta das 8h de quarta-feira (04/12), na altura do bairro Balneário Flórida, em Praia Grande (SP).
A equipe do Biopesca constatou que, na ocasião, o animal estava alerta e ativo e, muito provavelmente, deixou as águas para descansar na areia. Ele voltou ao mar duas horas depois.
Por volta das 14h de quarta-feira (04/12), o animal apareceu na praia da Aviação, também em Praia Grande, e continuou monitorado pela equipe até voltar ao mar, o que aconteceu às 4h desta quinta-feira.
Lobo-marinho-sul-americano
O biólogo Eric Comin explicou que o lobo-marinho-sul-americano (Arctocephalus australis) é uma espécie típica da América do Sul.
“Ele tem dimorfismo sexual, então existe uma diferença entre macho e fêmea. O macho ele tem uma coloração mais espessa, um pelo maior, mais grosso, uma pele cinza escura”, disse.
Eric explicou que a espécie tem o focinho mais achatado e pontiagudo, com as narinas voltadas para frente. Em relação ao tamanho, contou que os machos podem chegar a 2 metros de comprimento.
O biólogo disse que os machos podem pesar entre 160 a 200 kg. A espécie gosta de ficar em ambientes como costões rochosos e ilhas, que oferecerem sombras para o descanso.”E escapar do calor do sol e dos predadores. [Eles são] predados por orcas e espécies de tubarões também”.
“Esses animais foram, por muito tempo, caçados por conta da pele, exploração comercial do século XVIII a meados do século XX. Um dos motivos do declínio da população desses animais”, destacou.
Ele afirmou ainda que nos últimos meses aumentou a ocorrência desses animais marinhos na região e que isso é um fato a ser estudado para entender o que está provocando essa situação.
“É um fator para talvez a gente começar a pensar com olhos de pesquisador, olhos de ambientalista para tentar entender quais são as causas da ocorrência desses animais aqui”, complementou.
O especialista recomendou que as pessoas, ao avistarem animais na praia, devem se manter distantes. “A gente observa muitas pessoas em volta desses animais, eles têm hábitos aquáticos, então dentro da água não oferecem risco, porém fora são mais letárgicos”.
Fonte: g1