O aparecimento de um lobo-marinho à beira-mar despertou a atenção na praia de Capão Novo na tarde desta quinta-feira. Com aparência de cansaço, o animal foi encontrado pela família da estudante Cristina Almeida, 31 anos, próximo à guarita 60. Preocupada, Cristina ligou para a Brigada Militar às 10h, mas até as 14h ninguém havia aparecido.
“Estou revoltada porque eles nem vêm ver e parece que o bicho está machucado, mas eu não tenho como tirar ele daqui”, disse.
Segundo a Patrulha Ambiental de Capão da Canoa, o animal não foi recolhido por orientação do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ceclimar/UFRGS). Ao contrário do que as pessoas imaginam, o biólogo Maurício Tavares, do Ceclimar, garante que manter os animais na beira da praia é a melhor forma de protegê-los.
“Esses animais nunca devem ser recolhidos, eles se estressam muito quando são retirados e isso pode fazer mais mal para a sua saúde. Já houve casos de animais saudáveis que morreram porque foram retirados. Só se deve recolher quando apresenta ferimentos”, alerta.
Ao analisar as fotos do bicho, o biólogo constatou que tratava-se de um lobo-marinho-sul-americano (Arctocephalus australis), que aparentava boas condições de saúde. A expectativa era de que o animal retornasse naturalmente ao mar depois do descanso.
“Ele parece em ótimas condições corporais e deve ter saído do mar para descansar, o que é muito comum para esses animais aqui no nosso litoral, uma vez que temos poucos pontos de descanso no mar, como a Ilha dos Lobos em Torres. Muitas vezes, as pessoas acham que eles estão machucados mas não estão, porque é comum eles apresentarem olhos com cataratas e fazerem uma troca de pêlo, o que faz com que a pele fique exposta”, explicou.
Fonte: Zero Hora