A lobo-guará Atena, que vivia aprisionada no Zoológico de Brasília, faleceu aos dois anos de idade na última segunda-feira (04/08) após complicações de saúde. Nascida em cativeiro, Atena era tratada como “mascote” e “símbolo do cerrado”, mas sua morte precoce mostra o problema dos zoológicos e da exploração de animais para entretenimento humano.
Atena já convivia com uma deficiência em uma das patas, condição que, segundo o zoo, não afetava sua vitalidade. No entanto, nos últimos dias, seu estado se agravou, levando-a a sofrer alterações cardiorrespiratórias que resultaram em sua morte, mesmo após intervenção veterinária. Agora, o zoo aguarda a necropsia.
O Zoológico de Brasília descreve Atena como uma “embaixadora da conservação”, mas qual legado ela realmente deixou? Nascida em cativeiro, ela nunca conheceu a liberdade do cerrado, seu habitat natural. Em vez de viver como um animal selvagem, foi transformada em atração, um símbolo vazio de uma instituição que lucra com a exibição de seres sencientes.
Zoológicos justificam sua existência alegando promover educação e proteção, mas a realidade é que a maioria dos animais em cativeiro desenvolve comportamentos estereotipados, como andar em círculos ou se automutilar, devido ao estresse da prisão. A própria Atena, ainda jovem, já apresentava problemas de locomoção, um sinal de que sua vida no zoo estava longe de ser ideal.
Atena foi “batizada” pelo público, tratada como uma figura simpática, enquanto sua existência servia ao entretenimento humano. Essa relação desequilibrada reforça a ideia de que animais existem para nosso deleite, ignorando que eles têm interesses próprios: liberdade, autonomia e uma vida longe de grades.
Se zoológicos realmente quisessem proteger espécies, investiriam em proteção de habitats e programas de reintrodução, não em reprodução forçada e exibição. A morte de Atena não é um caso isolado, é mais uma consequência de um sistema que trata seres vivos como objetos de exposição.
Se queremos de fato honrar a vida dos animais, é preciso abolir os zoológicos e substituí-los por santuários éticos ou reservas naturais, onde os animais vivam com dignidade, não como espetáculo, mas como seres que merecem respeito e liberdade.