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Lixo nas margens do Rio Sarapuí acaba com a possibilidade de vida marinha na região

3 de junho de 2010
2 min. de leitura
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Envenenado por anos seguidos, o Rio Sarapuí, que nasce em Bangu e corta a Baixada Fluminense, no RJ, hoje moribundo, continua a receber todos os dias toneladas de lixo. Em forma de doenças e tragédias, ele devolve à população ribeirinha o tratamento recebido.

Segundo o biólogo Mário Moscatelli, “esse aterro é uma bomba-relógio que pode explodir a qualquer momento e precisa ser desativada diariamente. Ele nunca poderia ter sido criado ali, às margens do Rio Sarapuí e da Baía de Guanabara”.

A montanha de lixo, que se agiganta a cada ano na foz do Sarapuí, é como um golpe final no rio que, naquele trecho, já chega carregado de esgoto. Na altura do aterro, análises mostram que os níveis de oxigênio dissolvido na águas chegam a 0,7 mg por litro de amostra coletada. Para haver vida marinha garantida, o mínimo necessário seria 5 mg por litro.

No temporal da virada do ano, o canal de contenção, construído para receber chorume, não deu vazão. O caldo ácido desceu para o Rio Sarapuí e encharcou a costa da Baía de Guanabara. Antes, queimou a vegetação do mangue, que vem sendo há dez anos recuperada.

“Não ocorrendo mais nenhuma anormalidade, serão necessários pelo menos dois anos para chegarmos ao estágio em que estávamos. Apesar da estação de tratamento de chorume de Gramacho, o aterro tem pontos vulneráveis a eventos climáticos. Se tivermos outra chuva como a de dezembro, o chorume vai vazar de novo”, disse o biólogo.

A vegetação do mangue, que fica na periferia do aterro sanitário, funciona como uma esponja, evitando que o volume de metais pesados despejados saiam dali para a Baía de Guanabara.

Segundo a Comlurb, em um ano, Gramacho será fechado gradualmente assim que as obras de infraestrutura do aterro de Seropédica forem finalizadas.

“Mesmo depois de desativado, Gramacho precisará que a estação de tratamento de chorume funcione para sempre”, alertou Moscatelli.

Com informações da Globo.com

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