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Lixo e pesca principais ameaças para tartarugas marinhas no litoral brasileiro

18 de setembro de 2013
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Tartaruga verde é solta na Barra da Lagoa, em Florianópolis, após tratamento (Foto: Banco de Imagens Projeto Tamar/Divulgação)
Tartaruga verde é solta na Barra da Lagoa, em Florianópolis, após tratamento (Foto: Banco de Imagens Projeto Tamar/Divulgação)

Desde 1990, tartarugas marinhas de diversas espécies são protegidas no Litoral Brasileiro pelo Projeto Tamar. Em Florianópolis, na Costa Leste, as tartarugas são monitoradas em uma base de pesquisa do projeto Tamar desde 2005. O projeto é desenvolvido em áreas onde a captura de tartarugas por barcos pesqueiros é elevada. Desde 2005, em Florianópolis, 75 tartarugas marinhas foram reabilitadas e devolvidas para o mar.

Segundo a gestora do Centro de Visitação, Camila Trenti Cegoni, as principais ameaças são a pesca e a poluição dos oceanos. “Fazemos um trabalho de conscientização na Barra da Lagoa e também em Itajaí”, comenta Camila.

O Centro de Visitante, localizado na Barra da Lagoa, funciona como um núcleo de pesquisa e divulgação da vida marinha e de educação ambiental. Em Florianópolis, atualmente, não existe nenhum animal em recuperação para ser solto. “Recebemos animais machucados por causa das redes de pesca e também intoxicados por causa do lixo. Muitas vezes recebemos os animais quase em coma, com o trato intestinal obstruído, e como estão debilitados, não reagem aos tratamentos”, explica.

O Tamar trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção: cabeçuda (Caretta caretta), de pente (Eretmochelys imbricata), verde (Chelonia mydas), oliva (Lepidochelys olivacea) e de couro (Dermochelys coriacea). Destas, a única espécie que não é mantida em cativeiro é a da tartaruga-de-couro. Segundo informações do projeto, esta é uma das espécies mais ameaçadas do mundo e o conhecimento é escasso por que elas vivem distante da costa. “Ela é gigante e muito rara. Como o nível de ameaça é elevado, todas são mantidas no oceano para manter a reprodução”, explica.

O objetivo dos Centros de Visitação é a conscientização da comunidade. “Temos 12 tartarugas de quatro espécies. São todos criados em cativeiro. Eles são retardatários, que não conseguem sair do ninho, então alguns são escolhidos e levados para o projeto para serem criados e virarem símbolos do projeto. Recebemos crianças de cinco escolas diariamente, em média. A ideia é sensibilizar, principalmente em relação a poluição e ao descarte correto do lixo”, comenta. Segundo informações passadas pelo Tamar, a unidade em Florianópolis recebeu meio milhão de visitantes desde o início do projeto.

No Brasil, o projeto trabalha em cerca de 1.100 quilômetros de praias, em 19 bases de pesquisa e conservação em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilha oceânica dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco (Fernando de Noronha), Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Este ano, na 32ª temporada reprodutiva das tartarugas marinhas, encerrada em março, o projeto registrou cerca de 18.600 ninhos protegidos, com aproximadamente 923 mil filhotes, o que representa um aumento de 3% em relação à temporada reprodutiva anterior.

Fonte: G1

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