Assustados, desconfiados e ariscos. Esses são alguns dos comportamentos observados em animais que sofrem maus-tratos. A cadela Moana, espancada por uma mulher em um condomínio de luxo na zona norte de Sorocaba (SP), em junho de 2022, viveu esse trauma de perto.
Moana conseguiu se aproximar dos outros cães de Marina e fez amizade, mas os seres humanos ainda causam um pouco de medo na cadela, segundo a tutora. “Ficou muito amiga da Alice e do Capa, meus outros cães. Mas até hoje tem medo de outras pessoas, apesar de gostar de mim e das pessoas que trabalham aqui em casa”, conta.
‘Vive solta e se diverte’
A ex-tutora de Moana perdeu o direito de guarda dela. Marina relata que também conseguiu na Justiça uma restrição que impede que a mulher se aproxime da cadela.
A desconfiança ainda pode aparecer de vez em quando no comportamento da cadela, mas a violência que cruzou o caminho de Moana e fez com que ela conhecesse o pior lado dos seres humanos ficou no passado.
Agora, a rotina da cadela é repleta de brincadeiras com os “irmãos” de quatro patas e de receber carinho da tutora entre uma brincadeira e outra na chácara da tutora, que fica em Ribeirão Pires (SP).
“Eu moro numa chácara, tenho bastante espaço. Ela vive solta e se diverte aqui”, conta a veterinária.
Importância de adoção
A veterinária reforça que paciência e respeito com o animal são a chave para uma boa adaptação.
“O animal traumatizado não entende para onde ele está indo. Para essa adaptação funcionar, o tutor precisa estar preparado psicologicamente para receber o animalzinho que foi maltratado, para poder suprir as necessidades dele e não causar um outro trauma não dando tempo suficiente, não respeitando o limite do animal ou até devolver esse animalzinho para um abrigo.”
Atualmente, o Instituto Eu Luto Pelos Animais, que fez o resgate da cadela Moana, abriga 800 animais entre cães, gatos, cavalos e ovelhas em um espaço que fica em Cotia (SP). As doações feitas ao instituto ajudam a manter o abrigo e os resgates. Quem quiser conhecer e contribuir com o trabalho da instituição pode fazer contato pelas redes sociais.
Informações de: G1