Apesar da ocorrência de 14 mortes de baleias da espécie jubarte registradas no litoral capixaba, o Estado, segundo o presidente do Instituto Orca, Lupércio Araújo, é o ponto do litoral brasileiro em que há a maior concentração de animais dessa espécie nos meses de agosto e setembro. Segundo o especialista, há motivos para a apreensão diante das mortes, mas as mortes podem indicar também um aumento do número de indivíduos da espécie nesta região.
“Se por um lado ficamos apreensivos pela morte das baleias, por outro lado isso demonstra que houve um aumento do número. Neste contexto, o que preocupa atualmente é que, das 14 baleias encontradas, 13 eram jovens”, ressaltou Lupercio Araújo.
A informação é que estatísticas e comparações coletadas desde 1950, quando houve os primeiros registros de encalhes de baleias no Estado – ocorrido em Vila Velha –, demonstram que nunca houve tantas mortes de baleia. Ao mesmo tempo, estes dados demonstram que é crescente o número de mortes ao longo dos anos.
“Isso demonstra que a partir da década de 1980, quando ainda era permitida a caça às baleias, essa quantidade vem crescendo. Estudos recentes, e o esforço de observação do Instituto Jubarte e do Instituto Orca relativo ao aumento da presença nos casos de encalhe e acesso aos registros, demonstram também um aumento desta população”, explicou.
Segundo ele, não se pode dizer que o maior acesso às informações de encalhe é o resultado do maior registro de mortes da espécie no Estado. Entretanto, pode-se afirmar que o núemro de baleias da espécie está se recuperando desde a década de 1980.
Podem ser encontradas baleias a 15 milhas da costa com facilidade, o que pode ter gerado a morte de duas das baleias jubarte juvenis encontradas no Estado. Ambas foram encontradas com marcas de cabos e lesões nas nadadeiras, enquanto uma delas possuía até um cabo amarrado em sua cauda.
Segundo Lupércio, a primeira baleia jubarte adulta encontrada no Estado foi vista nesta quinta-feira (3), na praia de Setiba. O animal, macho e de 15 metros, se encontrava em adiantado estado de decomposição. A estimativa é que a baleia já estivesse morta há cinco dias e encalhou na praia de Setiba. A carcaça, segundo ele, já foi removida.
Fonte: Século Diário