A Liga Portuguesa dos Direitos do Animal (LPDA) enviou na tarde de quinta-feira (28) uma carta ao presidente da Faculdade de Direito de Lisboa, Eduardo Vera Cruz Pinto, através da qual reprova a utilização, por alguns alunos daquela instituição, de um coelho morto numa forca na recepção de ontem a Pedro Passos Coelho.
No documento, a que o SOL teve acesso, a Liga dos Animais sublinha que “atos irreflectidos, como o que aconteceu, em que se utiliza um animal enforcado, mesmo que já tivesse morto, não tem nada de pedagógico; é mesmo um incentivo a maus-tratos aos animais”.
Segundo a Liga, “isto em nada dignifica jovens, que se deveriam pautar por um comportamento ético e humanitário irrepreensível uma vez que serão os futuros advogados, juristas e governantes do país”.
Neste quadro, a LPDA desafia a Faculdade de Direito a organizar um “debate alargado” sobre ética e respeito pela Declaração Universal dos Direitos do Animal, já que “os meios usados” na manifestação “colocam em causa valores morais e éticos”.
A fonte da Tertúlia Académica da Faculdade de Direito lamenta que o coelho seja hoje o “epicentro de um protesto que trazia consigo questões bem mais estruturantes do que essa, como colegas nossos que estão a deixar de estudar porque não conseguem pagar as propinas”.
A mesma fonte explica que o coelho “já estava morto, congelado e pronto para ser consumido” e que a forca serviu “apenas como metáfora para a situação em que está a maioria dos portugueses, com a corda ao pescoço, nunca e em momento algum tendo nos passado pela cabeça apelar à violência seja contra pessoas, seja contra os animais”.
Nas redes sociais, sobretudo no Facebook, as críticas estão a ser acompanhas pelas imagens de ontem na chegada do primeiro-ministro à Faculdade de Direito para participar na sessão de encerramento de uma conferência que debateu a Reforma do Estado organizada pela JSD.
Fonte: SOL