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JUNTOS ATÉ O FIM

Libanesa em voo de repatriados só aceitou vir para o Brasil com seus gatos

15 de outubro de 2024
3 min. de leitura
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Foto: Allison Sales/Folhapress

A ilustradora libanesa Helena el Jamal, 28, só aceitou deixar Beirute se pudesse levar junto seus dois gatos, Greg e Rily. Ela e os animais domésticos, com os quais vivia na capital do Líbano, chegaram ao Brasil na manhã desta terça-feira (8), na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, no segundo voo da FAB (Força Aérea Brasileira) que transportou repatriados do país árabe.

Uma mulher com cabelo ondulado e castanho claro está segurando um gato grande e peludo em seus braços. Ela está sorrindo e fazendo uma expressão facial divertida. O fundo mostra um espaço amplo com cadeiras brancas plásticas e uma tela grande ao fundo. O ambiente parece ser um local de evento, com uma estrutura de teto alto e janelas grandes. Uma mulher com cabelo ondulado e castanho claro está segurando um gato grande e peludo em seus braços. Ela está sorrindo e fazendo uma expressão facial divertida. O fundo mostra um espaço amplo com cadeiras brancas plásticas e uma tela grande ao fundo. O ambiente parece ser um local de evento, com uma estrutura de teto alto e janelas grandes.

Helena e os gatos tiveram de deixar Beirute, onde ela vivia fazia dez anos, com a escalada dos ataques de Israel à cidade. Foi uma exigência de sua mãe, brasileira, para que ela fosse embora com urgência em meio a bombardeios cada vez mais constantes.

“Não queria voltar para o Brasil. Vim porque minha mãe me obrigou. Tinha uma vida estabelecida lá: emprego, gatos e amigos. É um país maravilhoso. Meu pai teve de ficar lá”, disse ela, em português fluente.

Sua mãe e sua irmã deixaram o país na semana passada, em um voo comercial.

A ilustradora e seus animais moravam uma rua abaixo de onde ocorreram bombardeios frequentes. Com a tensão aumentando, fugiram para a casa de um amigo em uma área de montanha.

Com o avanço dos ataques, os clientes de Helena rarearam. A agência em que ela trabalhava não podia garantir que ela continuaria empregada. Assim, com a pressão da mãe, ela decidiu incluir seu nome, e dos gatos, na lista da FAB. “Eu não iria sair de lá sem o Greg e a Rily”.

Helena estava nas montanhas quando recebeu a mensagem de que ela e seus animais estavam na relação do voo para o Brasil. “Aí foi uma corrida para conseguir a liberação do veterinário, que era um pouco mais afastado dos bombardeios, mas do lado da cidade. Tive de correr para organizar tudo e trazer os gatos em meio ao barulho das bombas explodindo.”

Ela conta que Greg e Rily não tinham uma caixa de transporte. Mas suas amigas correram para comprar e, assim, os animais puderam embarcar. “No fim, deu tudo certo.”

Helena e os gatos, cada um em uma caixa pequena, deixaram Beirute na segunda-feira (7) às 18h30 do horário local (12h30 em Brasília). O KC-30 da FAB pousou em Lisboa, e os passageiros nem deixaram a aeronave. Abasteceram e logo levantaram voo rumo ao Brasil.

Quase 19 horas depois, o avião pousou na Base Aérea de São Paulo. Os gatos não puderam sair da caixinha nem comer ou beber água. De lá, ela e os animais seguiriam para o Rio e terminariam a viagem em Nova Friburgo, onde mora a mãe.

Fonte: Folha de SP

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