Uma cena inusitada despertou o interesse de pessoas que passaram em frente a um pet shop na tarde desta quarta-feira (1º), na região central de Taubaté. Isso porque uma lhama, com cerca de 1,5 m, estava sentada dentro do estabelecimento, observando a rua. Internautas registraram o momento, curioso.
O atendimento foi realizado pela bióloga e tosadora Bruna Lopes, de 23 anos. Ela contou ao g1 que o tutor das lhamas entrou em contato perguntando se ela aceitaria fazer tosa e banho. Um pouco surpreendida e curiosa, a profissional topou o desafio:
“Normalmente, atendo gatos e cachorros. Essa foi a primeira vez que cuidei de uma lhama e foi bem legal. Fiquei com medo e assustada, porque podem ser meio agressivos, mas foi super de boa. Na verdade, a lhama foi super carinhosa e dava beijos”, disse ela em tom de risada.
A tosagem e banho custaram ao tutor da lhama R$ 200. O salão da Bruna, inaugurado há pouco mais de um ano, recebe no máximo um cachorro de grande porte. E mesmo com um pouco de receio, a bióloga confessou que o serviço foi bem trabalhoso.
‘’A maior dificuldade em cuidar de um animal assim é o peso. Coloquei ela na mesa e na banheira, mas foi bem difícil”, confessou.
Anderson Alves, permacultor e proprietário de um sítio, conta que sempre quis cuidar de uma lhama. Somado ao desejo e uma filosofia de vida mais próxima à natureza, ele criou uma escola em seu sítio, que utiliza como base a pedagogia Waldorf, desenvolvendo o aluno de forma integral.
Ele acredita que para a prática educacional, os alunos precisam estar conectados com todos os meios e seres vivos, dentre eles os animais.
“Por um desejo pessoal sempre quis uma lhama e tentei várias vezes, em sete oportunidades. Até que consegui e é um animal bem dócil, às vezes muito mais do que um cachorro por exemplo”, contou.
Anderson aproveitou o desejo para também incentivar a aprendizagem com os alunos de sua escola, que atende estudantes do jardim de infância ao segundo ano do primário.
“A pedagogia Waldorf é ligada à terra e aos animais. Você começa a entender e aprender que o animal é um ser vivo também, que precisa viver com respeito. E com isso, até mesmo os pelos da tosa que fizemos serão reutilizados para trabalhos manuais, como lã e enchimento de bonecos”, explicou.
Essa foi a primeira vez que o permacultor levou seu bichinho para tomar banho e tosa. Ele tem um casal de lhamas, ambos filhotes.
Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), lhamas são animais domésticos no Brasil, por isso, dispensam autorização para criação.
Fonte: g1