Seis jovens leões foram recentemente resgatados depois de serem abandonados por pessoas nas ruas da Cidade do Kuwait. Conhecidos como os “Kuwait 6”, Muheeb, Saham, Shujaa, Saif e as fêmeas Dhubiya e Aziza foram salvos por uma equipe de voluntários contatados pelas autoridades, de acordo com a Animal Defenders International (ADI).
É importante ressaltar que o leão é uma espécie proibida de manter como animal doméstico no Kuwait.
Após o resgate, a ONG Animal Defenders International ofereceu um lar para os seis em seu Santuário de Vida Selvagem de aproximadamente 184 hectares na África do Sul.
Um voo especial de carga foi doado para a missão de resgate pela Qatar Airways Cargo como parte do seu esquema WeQare, que levou os leões do Kuwait para o Qatar e depois para o santuário. “A nossa iniciativa WeQare Rewild the Planet é nosso compromisso de devolver a vida selvagem e as espécies ameaçadas ao seu habitat natural, gratuitamente. É preciso muito esforço e logística para nossa equipe organizar a movimentação de animais tão grandes, mas é algo do qual todos nós temos muito orgulho e paixão em fazer parte”, disse Mark Drusch, representante da Qatar Airways Cargo, em coletiva de imprensa.
Durante toda a operação de realocação, o renomado veterinário de vida selvagem Doutor Peter Caldwell monitorou os leões, inclusive durante a sedação para serem colocados nas caixas de transporte. No voo, os leões foram alimentados e hidratados por Jan Creamer e Tim Phillips da ADI.
Ao chegar na África do Sul, os leões foram liberados em recintos de quarentena no santuário, onde estão brincando com sacos de pancada e bolas gigantes. Após duas semanas em quarentena, serão soltos em recintos naturais individuais.
“Ver esses leões brincando enquanto começam suas novas vidas no Santuário de Vida Selvagem da ADI é mágico, e estamos animados para vê-los começar a explorar seus amplos habitats”, disse Jan Creamer. “Também é um lembrete de quanto trabalho precisa ser feito para interromper o sofrimento de outros como eles e derrotar os traficantes de animais selvagens.”
Tráfico de animais selvagens
Os Kuwait 6, como é chamado o grupo de leões, simbolizam o tráfico global que está sendo impulsionado por postagens irresponsáveis nas redes sociais mostrando pessoas acariciando e “brincando” com grandes felinos. Nesse negócio cruel, os filhotes são tirados de suas mães quando são jovens, ficando solitários e dependentes de seus captores para alimentação e atenção pelo resto da vida.
Os animais frequentemente são mantidos em isolamento e em condições inadequadas, acorrentados ou enjaulados em porões, sendo usados como símbolos de status. Normalmente eles acabam sendo descartados como um acessório de moda quando o tutor se cansa ou percebe como é complicado cuidar deles.
Esses felinos podem viver por mais 20 anos, mas muitos tutores percebem com o tempo que eles podem se tornar caros para cuidar e difíceis de conviver por conta de sua força. A ADI disse que se nenhuma ação for tomada em breve e a posse de grandes felinos continuar a ser promovida como uma tendência, em poucos anos o problema de leões e tigres sendo descartados ao redor do mundo poderá atingir proporções epidêmicas.
De acordo com o World Wildlife Fund, o crime contra a vida selvagem é um grande negócio e estima-se que movimente bilhões de dólares. Alguns exemplos do tráfico de animais selvagens são bem conhecidos, como a caça de elefantes pelo marfim e de tigres por suas peles e ossos.