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RECOMEÇO

Leões resgatados de circo na França começam nova vida em santuário na África

Após anos em gaiolas, leões embarcam para santuário na África. Empresa aérea financiou voo de resgate.

17 de maio de 2025
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Animal Defenders International

Os leões Goliath e Coralie, que passaram mais de uma década confinados em uma gaiola minúscula no circo francês Cirque Idéal, começarão na próxima terça-feira (20/05) uma nova vida. Graças a uma operação de resgate da Animal Defenders International (ADI), os animais foram levados para um santuário na África do Sul, onde terão espaço para correr, brincar e viver em um ambiente próximo ao habitat natural.

A viagem foi possível após a Qatar Airways Cargo oferecer transporte gratuito para os leões. Eles partiram do Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, com destino a Joanesburgo, com uma escala em Doha. A equipe da ADI, incluindo seus fundadores e um veterinário, acompanhou os animais durante todo o trajeto.

A França, que já foi um dos principais polos do circo tradicional, aprovou em 2021 uma lei que proíbe o uso de animais selvagens em espetáculos itinerantes. A medida, que será totalmente implementada até 2028, visa acabar com a exploração de espécies como leões, tigres e elefantes.

Goliath, de 11 anos, e Coralie, de 13, foram apreendidos após uma denúncia da associação Free Life contra o Cirque Idéal. Eles estavam em um centro de triagem em Saint-Étienne antes de serem transferidos para o santuário da ADI.

No santuário, localizado na África do Sul, os leões terão acesso a áreas de até 8 acres — um contraste brutal com a gaiola apertada em que viviam. “Eles nunca conheceram liberdade. Agora, poderão correr, descansar na grama e até interagir com outros animais”, disse Jan Creamer, presidente da ADI.

Foto: Animal Defenders International

A organização ainda busca doações para cobrir os custos de adaptação dos leões, que incluem alimentação, cuidados veterinários e manutenção do espaço.

A ADI lidera há anos o movimento Stop Circus Suffering, que já resultou na proibição de animais selvagens em mais de 50 países. Estudos científicos, como um da Universidade de Bristol, reforçam que a vida em circos é incompatível com o bem-estar animal.

“Esta vitória é um passo importante, mas ainda há muitos animais precisando de ajuda”, afirmou Creamer. “O sonho é um dia ver todas as jaulas vazias.”

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