Sem a perturbação gerada pelos turistas, leões puderam descansar em paz em uma estrada que corta o Parque Nacional Kruger, na África do Sul. O local explora animais para entretenimento humano através dos valores cobrados aos turistas para que observem os animais enquanto transitam pela reserva e também por meio da matança, já que o parque é uma das maiores reservas de caça da África.
O próprio parque divulgou a imagem e afirmou que a cena registrada não ocorreria em tempos normais, porque a reserva está sempre lotada de turistas. No momento, o parque está fechado por conta da quarentena estabelecida como forma de combate à pandemia de Covid-19.
“Este grupo de leões costuma transitar pelo Parque Contratual de Kempiana. Esta tarde, eles estavam deitados na estrada, nos arredores de Orpen Rest Camp”, diz a legenda das fotos divulgadas pelo parque. As imagens foram feitas por um guarda florestal durante uma varredura de rotina.
O local abriga leões, leopardos, rinocerontes, elefantes, búfalos e zebras. Também vivem na reserva centenas de outros mamíferos e várias espécies de aves, como os abutres, as águias e as cegonhas. Além dos leões, recentemente zebras foram vistas caminhando por locais incomuns, como o campo de golfe do parque.
Exploração animal
Permitir que centenas de turistas tenham contato próximo com animais selvagens apenas para satisfazer o desejo de conhecê-los é uma prática que configura exploração e que só se mantém porque gera lucro para aqueles que administram os safáris.
O habitat dos animais silvestres não é local para humanos. Tratá-los como atrações é uma forma de objetificar esses seres vivos, colocando-os na condição de “coisas” a serviço do ser humano – o que, definitivamente, eles não são.
Os animais existem por seus próprios propósitos, não para afagar o ego humano, que se sente satisfeito ao vê-los de perto, tampouco para gerar lucro a um grupo de pessoas.
Respeitar a vida selvagem é entender que pagar para estar perto de um animal – causando-lhe estresse e tornando-se um “corpo estranho” em meio ao que é, de fato, natural para ele (a natureza e tudo que nela há) – é uma prática que contraria os direitos animais e que colabora para a exploração desses seres.
O boicote a safáris, aquários, zoológicos, circos e a qualquer local similar, que explore animais para entretenimento humano, é uma postura ética de comprometimento com a causa animal que deve ser adotada por toda pessoa que diz amar e respeitar os animais.