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RECOMEÇO

Leões ameaçados de fuzilamento por tropas russas chegam em segurança em santuário

10 de março de 2022
Bruna Araújo | Redação ANDA
4 min. de leitura
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Foto: Reprodução | Reuters

Os leões gêmeos Tsar e Jamil nasceram em janeiro de 2021 em um cativeiro privado na Ucrânia e foram resgatados por ativistas. Eles estavam prestes a ser enviados para um santuário na Bélgica, mas durante o transporte, o veículo que levava os animais foi parado por tropas russas e ameaçado de fuzilamento. Os animais selvagens ficaram profundamente traumatizados e começaram a pular em suas caixas de transporte, em completo desespero.

Felizmente, os ativistas conseguiram convercer os russos a deixá-los atravessar a fronteira entre a Ucrânia e a Polônia. O biólogo Frederik Thoelen, responsável pela transferência dos leões, relata momentos de terror. “O exército russo apontou suas armas para os cuidadores. Eles ameaçaram matar os animais. Os ativistas disseram ‘não, esses são nossos animais. Se você tocar nos animais, primeiro tem que nos tocar”, ccontou a Reuters.

Foto: Reprodução | Reuters

Ela esclarece ainda que após enfrentar as tropas russas logo após sair de Kiev, ainda enfrentaram uma viagem exaustiva e tortuosa, repleta de medo e incertezas. “Eles arriscaram literalmente suas vidas para salvar os animais. Eventualmente, o exército russo os deixou passar. Então eles tiveram um longo, longo caminho até a fronteira polonesa. Eles tiveram que dirigir por diferentes pequenas rotas para evitar os engarrafamentos”, explicou.

Tsar e Jamil chegaram no abrigo de Natuurhulpcentrum, na Bélgica na última terça-feira (08). Eles precisarão ser mantidos em quarentena por três meses até poderem ser apresentados aos outros animais que vivem no local. O ideal é que após todo o período de reabilitação, os leões de aproximadamente um ano de idade sejam transferidos para a África, seu habitat legítimo. Eles estão se recuperando de maus-tratos, pois eram alimentados com carne estragada e industrializados.

Foto: Reprodução | Reuters

Ursa Masha

A ursa Masha foi explorada durante 19 anos por diversos circos na Europa. Ela foi resgatada graças a uma campanha iniciada pelo ativista Lionel de Lange, da Warriors of Wildlife. Ele atua há mais de 10 anos resgatando ursos e grandes felinos explorados para entretenimento humano e os reabilita para serem devolvidos à natureza ou enviados para santuários, onde poderão ter uma vida digna, livre de abusos e maus-tratos.

Masha precisou parar temporariamente na Ucrânia, em um abridgo em Sambir, ao sul de Lviv, de onde seria enviada para o seu novo lar, o Libearty Bear Sanctuary, na Romênia. Com o início do confronto, a ursa de 22 anos está em risco em meio aos bombardeios frequentes. Lionel afirma que Masha receberá comida e cuidados suficientes, mas teme pela segurança da ursa, que viveu quase duas décadas em uma jaula sendo escravizada e torturada.

Foto: Reprodução | Reuters

“A invasão insana de Putin na Ucrânia impediu Masha de começar sua nova vida em um santuário, mas aquele ditador insignificante está enganado se pensa que vamos deixá-la para trás. O corajoso povo ucraniano que está cuidando dela a manterá segura e ela terá muita comida e abrigo. Masha é uma ursa ucraniana e ela passou por muita coisa e se Putin acha é durão, ele deveria ver a vida que ela teve”, disse o ativista, que admira Masha.

E completa: “Como o povo ucraniano, ela não desistirá e nós não desistiremos de levá-la a um santuário onde ela possa desfrutar de seus últimos anos. Segunda-feira era seu aniversário e ela deveria ser realocada para começar sua nova vida, mas por causa de Putin tudo se foi. Todo mundo estava pronto para ir, todos os documentos dela estavam prontos e nós íamos começar a movê-la”, esclareceu Lionel, que está hospedado próximo à Crimeia.

Foto: Reprodução | Reuters

Ele explica também que há uma série de burocracias que impedem o transporte da ursa. “Pela lei da UE, o veículo para transportar Masha tinha que vir do lado europeu, mas as fronteiras estão fechadas agora, então eles não podem entrar. Os refugiados podem escapar, mas Masha não pode ir com eles sem que um transporte seja autorizado a atravessar. Temos autorizações de viagem válidas até 20 de maio e assim que as fronteiras abrirem ela será transportada”, finalizou.

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