Depois de anos sendo mantidas em cativeiro em um vagão de circo próximo a Paris, na França, duas leoas chamadas Tomoyo e Illiana finalmente embarcaram em sua recém-descoberta liberdade. No dia 10 de abril, elas chegaram em segurança ao santuário de grandes felinos LIONSROCK, na África do Sul — marcando o fim de uma longa jornada e o início de uma nova e bela fase em suas vidas.
Resgatadas pela organização global de bem-estar animal FOUR PAWS, as leoas foram transferidas da França para a África do Sul após passarem anos confinadas e forçadas a se apresentar. A vida anterior deixou cicatrizes visíveis: ambas estão com sobrepeso devido à inatividade prolongada após o circo encerrar suas atividades durante a pandemia.
“Estamos ansiosos para ver Tomoyo e Illiana prosperarem em seu novo lar definitivo sob o sol africano. Depois de anos de cativeiro, elas finalmente poderão viver uma vida digna de leões em nosso santuário LIONSROCK. Embora a história de Tomoyo e Illiana tenha um final feliz, a trágica realidade de animais selvagens em circos continua em muitos países. A FOUR PAWS insta os governos do mundo todo a acabar com essa exploração cruel e proibir circos de manterem animais selvagens,” disse Patricia Tiplea, chefe de Resgate e Defesa dos Animais Selvagens na FOUR PAWS, que acompanhou a transferência.
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No Tonga Terre d’Accueil, no sul da França — onde elas foram levadas inicialmente após serem entregues em dezembro de 2024 — as leoas começaram a recuperar a força e a perder peso graças ao acesso a um amplo recinto ao ar livre. Infelizmente, uma terceira leoa resgatada com elas, chamada Pepsi, faleceu devido a insuficiência renal, um lembrete trágico dos danos que a vida circense pode causar.
Agora, Tomoyo e Illiana estão prosperando no LIONSROCK, sob cuidados especializados. Elas serão monitoradas de perto enquanto se adaptam ao novo lar — um ambiente que finalmente reflete suas raízes selvagens. O santuário, administrado pela FOUR PAWS, abriga quase 100 grandes felinos resgatados de circos, zoológicos, propriedades privadas e zonas de conflito.
Leões e tigres continuam entre os animais mais explorados em circos ao redor do mundo. Frequentemente, são criados em condições precárias, submetidos a treinamentos antinaturais e separados de suas mães ainda filhotes. Só na França, acredita-se que centenas de grandes felinos ainda sejam usados para entretenimento.
“Já passou da hora de tirar os animais selvagens do picadeiro. A vida no circo cobra um preço alto dos leões e de outros animais selvagens, que muitas vezes são forçados a realizar truques antinaturais e sofrem devido à forma inadequada de manutenção. Embora a França vá proibir o uso de animais selvagens em circos itinerantes a partir de dezembro de 2028, muitos ainda enfrentam exploração. Essa prática cruel precisa acabar. Países como Alemanha e Estados Unidos devem seguir o exemplo. É inaceitável que animais continuem a sofrer em nome do entretenimento humano,” declarou Thomas Pietsch, chefe de Animais Selvagens no Entretenimento da FOUR PAWS.
A FOUR PAWS continua liderando a luta global para acabar com essa crueldade. Desde a ajuda para aprovar o Big Cat Public Safety Act nos EUA, até vitórias recentes como a proibição de animais selvagens em espetáculos itinerantes em Massachusetts, em 2024, sua missão é clara: proteger os animais selvagens da exploração e inspirar ações por meio de campanhas como Our Turn To Act (“Nossa Vez de Agir”).
O resgate de Tomoyo e Illiana é mais do que uma boa notícia — é um lembrete poderoso de que a mudança é possível.
Traduzido de World Animal News