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APRISIONADA

Leoa morre após receber anestesia no Zoológico de Belo Horizonte (MG); ela foi transferida de outro zoo há menos de um mês

A morte ocorreu durante um procedimento odontológico e exames de rotina; a leoa apresentava uma fratura dental grave adquirida durante o tempo que viveu no zoológico do Parque Beto Carrero, em Santa Catarina.

13 de novembro de 2025
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Leões-brancos Pretória e Mafu no Zoológico de BH. Foto: Lívia Ansaloni

A leoa-branca Pretória, de 14 anos, morreu nesta terça-feira (11/11) no Zoológico de Belo Horizonte, em Minas Gerais, durante um procedimento de anestesia. Ela havia chegado há menos de um mês ao local, junto ao leão Mafu, também de 14 anos, ambos transferidos do Parque Beto Carrero, em Santa Catarina, após o parque anunciar o fim das exibições com animais.

Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, Pretória sofreu uma parada cardiorrespiratória durante a indução anestésica para um tratamento dentário e exames de rotina. A administração municipal afirmou que todas as medidas de reanimação foram tomadas, mas sem sucesso. A necropsia está sob responsabilidade da Escola de Veterinária da UFMG.

Zoológicos se promovem como espaços de “educação” e “conservação”, mas mantêm animais silvestres em confinamento e sob constante estresse fisiológico e psicológico. A anestesia, um procedimento de risco elevado em grandes felinos, foi apenas o último elo de uma cadeia de sofrimento que começou há anos com o cativeiro.

Pretória apresentava uma grave fratura dental com possível necrose, lesão adquirida ainda no zoológico de origem, um indício claro dos distúrbios comportamentais e físicos comuns em animais confinados. Mesmo assim a leoa foi transferida para outro zoológico, em um processo que, longe de representar uma “nova chance”, culminou em sua morte.

Embora a prefeitura e o zoológico afirmem que Pretória seria incluída em um suposto “plano de proteção internacional”, animais nascidos e criados em cativeiro raramente readquirem os instintos necessários para a sobrevivência na natureza. Eles são mantidos como peças de um acervo vivo, reproduzidos para perpetuar a própria existência dos zoológicos, não para repovoar a natureza, que, por sua vez, segue sendo destruída.

O corpo da leoa será levado para o Museu de Ciências Naturais da PUC Minas.

A morte de Pretória é a consequência direta e previsível de um sistema que trata seres sencientes como propriedade, como atrativos para selfies e entretenimento passageiro.

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