Por Natalia Cesana (da Redação)
De acordo com a nova norma da Comissão Eleitoral de Mumbai, na Índia, os partidos políticos terão de encarar uma ação penal caso utilizem animais para fins eleitorais, tais como pintar o corpo de burros, colocar guirlandas em volta do pescoço de cachorros ou outros recursos publicitários, segundo informou o jornal The Times of India. Na semana passada, a comissão solicitou aos partidos que parem de utilizar animais em protestos contra rivais ou para atrair mais eleitores durante as campanhas políticas.
“Temos observado que durante a campanha eleitoral, animais como elefantes, burros, cães e búfalos são utilizados por partidos políticos em protestos contra os opositores. A Comissão Eleitoral decidiu colocar um fim a esta crueldade por meio de ação penal contra os infratores”, explicou Neela Satyanarayan, representante da Comissão.
Um observador político explica que entre os anos 1980 e 1990, elefantes, cavalos e asnos eram amarrados, em especial por candidatos independentes, para as campanhas eleitorais de Mumbai. “Com a internet e a tecnologia, o uso de animais tornou-se insignificante em Mumbai e em outras regiões urbanas da Índia, mas na zona rural ainda existem muitos candidatos que se utilizam de bois, vacas e burros nas campanhas. A Comissão Eleitoral tomou uma boa decisão ao proibir a prática”, avalia.
Os ativistas em defesa dos animais apreciaram a nova determinação. “Em alguns casos, os candidatos usam os animais para difamar os rivais. Tais tratamentos deveriam ser interrompidos, mas eu penso que o governo deveria aproveitar e introduzir uma lei que proíba a exploração de animais em qualquer tipo de protesto ou comício, mesmo quando não seja período eleitoral”, afirma JC Khanna, secretário da Sociedade de Prevenção à Crueldade Contra Animais de Mumbai.
Por outro lado, Anil Desai, secretário do partido Shiv Sena, demonstrou ceticismo em relação à nova ordem. “A conduta eleitoral ou outras regras enquadradas pela Comissão Eleitoral deveriam ser implementadas de forma eficaz. Existem exemplos de questionamentos contra candidatos que violaram o código de conduta, cujo desfecho demora tanto a sair, que o candidato consegue tomar posse. Se a Comissão Eleitoral leva todo esse tempo, então estas regras não têm sentido. A regulamentação fará diferença se a ação for limitada no tempo”, acredita Desai.