Há exatos quatro anos a Lei Antipeles Nº 15.566/2014, do deputado estadual Feliciano Filho, colocava um ponto final na cruel indústria de peles de SP. Uma medida que se encaixa perfeitamente no século XXI, afinal, o mundo não está mais no “tempo das cavernas” quando a pele dos animais era praticamente a única coisa que os homens podiam usar para se proteger do frio.
A evolução pede o abandono de roupas e adornos feitos com pele, por isso, famosas grifes como Ralph Lauren, Gucci, Versace, Giorgio Armani, Calvin Klein, John Galliano, Tom Ford (que também é vegano) e Vivianne Westwood deixaram de sacrificar animais para compor suas coleções. Aliás, a Fashion Week de Londres (Semana da Moda) de 2018 foi pela primeira vez totalmente sem artigos de peles. A estilista Stella McCartney, filha do ex-beatle Paul McCartney, foi quem impulsionou o movimento antipeles fazendo desfiles em diversos países.
“Foi com muita emoção que assisti essa vitória em SP. A Lei Antipeles salva milhares de vidas de animais criados para esta finalidade e que são mantidos em gaiolas tão pequenas que não permitem sequer sua movimentação adequada. Estes animais têm a sua curta vida submetida a maus-tratos pelo confinamento, ficando desta forma altamente estressados, com transtornos comportamentais e, muitas vezes, recorrem à automutilação e ao canibalismo”, diz o deputado.
Para se ter uma noção, um casaco feito com pele de chinchila, por exemplo, pode exigir a morte de 50 a 200 desses animais. Em SP havia uma fábrica de horrores até a sanção da Lei Antipeles que passou a proibir, em todo o Estado de São Paulo, a criação ou manutenção de qualquer animal doméstico, domesticado, nativo, exótico, silvestre ou ornamental com a finalidade exclusiva de extração de peles. A lei permite a criação ou manutenção de chinchilas (Chinchila Lanígera) apenas para atender a demanda de animais de estimação.
Feliciano explica que a retirada da pele é a parte mais cruel: “Embora alguns criadores informem que submetem os animais a anestésicos ou adormecem com éter, a triste realidade é outra. Normalmente os animais são pendurados pelo rabo tendo em seguida o pescoço torcido a um ângulo de 90°. Muitos animais agonizam com o pescoço deslocado enquanto sua pele é retirada com eles ainda vivos. Todos os anos a indústria de peles sacrifica milhões de animais. Cada casaco representa a morte e o sofrimento de dezenas deles”.
Toda essa crueldade faz com que a moda que usa peles de animais seja imoral e injustificável. Existe hoje no mercado vasta variedade de peles sintéticas que proporcionam o mesmo conforto térmico que as naturais, sendo estas até mais duráveis.
Outros Estados estão também se inspirando na Lei Antipeles de SP, como o Paraná. “Estou muito feliz que esta lei de minha autoria esteja sendo reproduzida em outros estados. Isso significa que estamos evoluindo para uma sociedade mais justa, que não pode permitir que animais paguem com suas vidas pela vaidade humana”.