O leão Alex, resgatado de um circo em São Gabriel do Oeste (MS) no dia 4 de julho, foi bem recebido pelos outros 13 leões do santuário ecológico em Cotia, na Grande São Paulo, para onde foi levado no sábado (18). De acordo com a Sílvia Pompeu, uma das responsáveis pela Associação Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos (Aserg), os leões rugiram durante toda a madrugada, como forma de recepção. “[Quando] abriu o portão do rancho, todos os leões começaram a rugir. Foi assim a madrugada inteira, eles rugindo e o Alex respondendo. Foi muito emocionante”, diz.
Segundo Sílvia, na noite desta segunda-feira (20) Alex estava ainda na carreta que foi utilizada para fazer seu transporte de Campo Grande, onde ficou temporariamente, até o rancho. Ainda nesta segunda, ele seria transferido para um espaço provisório um pouco maior para ficar de quarentena e aguardar a construção de uma jaula definitiva. De acordo com Sílvia, sua nova casa terá cerca de 1.000 m² e deverá ficar pronta em 60 dias.
O leão foi resgatado após uma denúncia informando que o animal era vítima de maus-tratos em um circo. Ele estava preso em uma jaula de dois metros por quatro metros, estava fraco e teve as garras e presas serradas. Segundo o promotor de Justiça Alexandre Lacerda, o circo não tinha documentação para manter o leão. “O dono do circo apresentou documentos que regularizavam a situação de apenas dois outros leões, mas este não poderia fazer parte”. Os dois leões não foram localizados. O promotor informou ainda que o circo foi multado pelo Ibama e pela Polícia Militar Ambiental.
Saúde
Alex deverá passar por uma série de exames para avaliar seu estado de saúde, mas somente depois que estiver ambientado. “Vamos ver a boca dele que está um drama. Ele está pingando xixi e teve as garras arrancadas. Ele também tem problema de locomoção”, diz.
Ela alerta, porém, que mesmo depois de tratado, ele não ficará forte como um leão saudável: “ele não vai voltar a ser um leão zerinho, novinho a gente mantém o animal equilibrado, mas nunca é totalmente recuperado. Ele fica bem para passar o restinho de vida que sobra.”