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CAMBOJA

Leão maltratado para a produção de vídeos no TikTok é devolvido a homem que o explorava

8 de julho de 2021
Elys Marina | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Reprodução | AFP

O leão mutilado que era explorado para a produção de vídeos para redes sociais e resgatados após denúncias de internautas no Camboja foi devolvido ao seu algoz, um homem chinês, após a intervenção inesperado do primeiro-ministro Hun Sen.

O filhote tem apenas 18 meses e pesa 70 kg. Ele foi importado do exterior para ser criado como um animal doméstico . O leão foi batizado pelo seu guardião de Hima.

As autoridades ficaram cientes da presença do animal no país depois de ver vídeos do leão na rede social TikTok. As imagens foram gravadas em uma vila em Phnom Penh. O leão foi capturado no dia 27 de junho e levado a um centro de resgate de animais selvagens.

A Wildlife Alliance, uma ONG de resgate de animais que ajudou na operação, disse que a residência privada era “inadequada” para um animal selvagem e que o guardião havia removido os dentes caninos e as garras do leão.

Reprodução | AFP

Dias depois um vídeo do guardião do leão, Qi Xiao, visitando Hima no centro, viralizou. No vídeo, Hima continuou cutucando Qi enquanto ele o alimentava com carne, um comportamento aparentemente “afetuoso” que gerou apelos nas redes sociais para que eles se reunissem.

No domingo à noite, Hun Sen anunciou em sua página oficial do Facebook que Qi poderia ter seu leão de volta com a condição de “construir uma gaiola adequada para garantir a segurança das pessoas na casa e dos vizinhos”.

Ele também ordenou que as autoridades reembolsassem qualquer multa paga pelo homem. Qi agradeceu ao premiê em um comentário no post e também expressou sua gratidão ao “povo cambojano por ajudar e apoiar Hima”.

Reprodução | AFP

“Por último, desejo que o Camboja e a China sejam amigos fortes para sempre”, escreveu ele.

O leão foi transportado na tarde de segunda-feira para a villa de Qi. “Estou muito feliz, muito emocionado, não esperava tê-lo de volta”, disse Qi a repórteres. Mas nem todos ficaram satisfeitos com este resultado.

“O retorno é minar a legislação que impede a guarda e o comércio de animais selvagens ameaçados, prejudicando os esforços globais para combater o comércio ilegal de animais selvagens, para não falar do estresse e sofrimento do cativeiro inadequado”, disse a embaixadora do Reino Unido no Camboja, Tina Redshaw, em um tweet.

As autoridades cambojanas se recusaram a comentar o valor da multa ou o que motivou a mudança legal de opinião. O primeiro-ministro Hun Sen, um dos líderes mais antigos do mundo, é um aliado fiel de Pequim, e o Camboja recebe bilhões de dólares em empréstimos e investimentos da China.

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