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Leão levado do Zoo de Niterói foi morto em Brasília, diz direção do Zoonit

6 de junho de 2011
3 min. de leitura
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Transferido pelo Ibama do Rio de Janeiro do Zoológico de Niterói para o Zoológico de Brasília em 15 de fevereiro, o leão Yuri, de 15 anos, foi morto pelos veterinários da instituição da região Centro-Oeste. A informação, que ainda não foi confirmada oficialmente pelo Zoo de Brasília, foi comunicada na última sexta-feira (3) por telefone ao advogado da Fundação Zoológico de Niterói pela direção da instituição que recebeu a guarda do animal. Segundo a diretora da Fundação Zoonit, Giselda Candioto, a justificava para o sacrifício do leão inicialmente seria o fato de ele estar com leucemia. Num segundo telefonema, um veterinário informou que ele foi morto porque estava contaminado com o vírus da imunodeficiência felina (FIV). A notífica revoltou o veterinário e os funcionários do Zoonit. Na sexta-feira, Giselda enviou uma ofício ao diretor-presidente da Fundação Jardim Zoológico de Brasília, José Belarmino da Gama, pedindo explicações.

– É um absurdo, estamos todos arrasados. Ele estava aqui conosco, sendo cuidado com carinho e atenção e levaram ele para lá para matar? Primeiro deram a desculpa de Aids felina, agora leucemia? Queremos saber o que houve com o animal e estamos muito preocupados com o destino da leoa que também foi levada para lá, a Elza, companheira do Dengo. Soubemos que ela está num espaço mínimo e também está deprimida, com saudades do parceiro _ disse Giselda.

O leão Yuri, de 15 anos, chegou ao Zoo de Niterói em 2006, resgatado de um sítio em Rio Bonito.

– Fomos chamados pela Delegacia do Meio Ambiente para resgatá-lo. Ele vivia numa jaula enferrujada e estava magro, com otite e inflamação no canino. Cuidamos dele, salvamos da morte e agora ele é levado para morrer_ lamenta Giselda.

Segundo o veterinário do Zoonit, Marco Janackovic de Oliveira, o animal poderia conviver com a Aids felina por muitos anos, sem necessidade de ser sacrificado:

– É lamentavel a falta de esclarecimento de profissionais, que tomam uma atitude de eutanasiar um animal com FIV ou FELV positivo, ainda mais se tratando de um felino selvagem, onde não existe nenhuma determinação, na legislação Brasileira no MAPA ou qualquer outro orgão sobre eutanásia. Em literatura e estudos realizados é preconizado a terapia de suporte para casos sintomáticos. Em casos assintomáticos deixa-se o animal viver normalmente, como era o caso dele _ explicou Marco Janackovic de Oliveira.

Yuri foi transferido com outros dois leões, Elza e Naila, numa ação do Ibama.

Elza, era companheira de Dengo, que ficou em Niterói e, segundo a direção do Zoonit, sofre de depressão desde então. Já Yuri, era companheiro de Naila, que foi levado para o Zoológico de Volta Redonda. O Ibama entrou com uma ação na Justiça pedindo a desativação do zoo, que não teria condições de funcionar por não oferecer, entre outras coisas, um ambiente saudável para o animais. Desde 6 de abril, estava em vigor uma decisão da 3ª Vara Federal de Justiça de Niterói, que, a pedido do Ibama, deu 120 dias de prazo para a remoção de todos os animais do parque. Na semana passada, a direção do zoo conseguiu a suspensão temporária do processo.

Procurado pelo Globo, o Zoo de Brasília ainda não retornou as ligações.

Fonte: O Globo

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