Um leão indefeso foi brutalmente atacado com pedras por jovens armados do grupo Talibã durante uma visita ao zoo de Cabul, no Afeganistão. O funcionários do local ficaram horrorizados com a cena, mas viram que o grupo estavam fortemente armados e temeram interferir. Entre os talibãs que participaram dos maus-tratos, havia muitos adolescentes.
Um funcionário que preferiu não se identificar ficou paralisado diante das cenas de crueldade. “O que podemos fazer? Não podemos fazê-los parar. Olhe para eles”, lamentou se referindo às armas e à violência com que o grupo se comporta.
Assustado, o leão não reagiu e tentou se afastar ao máximo do acesso ao público. O zoológico de Cabul tem uma história antiga que envolve o Talibã. O local foi inaugurado em 1967 e já manteve em cativeiro mais de 400 animais. No entanto, na década de 90, durante uma guerra civil, a maioria dos animais foram mortos.
A cena do leão sendo atacado com pedras em pleno 2021, ano de vitórias em defesa dos direitos animais, fez ressurgir momentos de terror do passado. Funcionários e ativistas temem que o Talibã estimule uma cultura de maus-tratos aos animais.
No passado, um urso negro-asiático chamado Donatella teve parte do seu nariz decepado por soldados do Talibã como vingança após um membro do grupo ter entrado no recinto do animal para maltratá-lo e o urso ter arranhado o homem para se proteger. E
m um outro episódio um soldado do Talibã entrou no recinto de um leão chamado Marjan para provocar o animal selvagem. O leão reagiu e o soldado ficou fatalmente ferido. No dia seguinte, o grupo de rebeldes invadiu o zoo e atirou uma grana no leão, que ficou cego, surdo e perdeu todos os dentes.
Com a queda do Talibã, em 2001, um estátua de Marjan foi erguida como símbolo de repudio à crueldade contra animais.