O advogado de defesa do Le Cirque, Luiz Sabóia, vai recorrer da decisão que condenou os responsáveis pelo circo por crimes de maus-tratos aos animais mantidos em cativeiro (leia notícia sobre a condenação publicada na ANDA aqui). Ele aguarda apenas a publicação da sentença no Diário de Justiça para tomar as providências. No entendimento da defesa, apenas a Justiça Federal tem competência para julgar casos que envolvem animais exóticos. A sentença é do juiz da 6ª Vara de Fazenda Pública, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
O juiz condenou o Le Cirque a doar R$ 250 mil a entidades de preservação e recuperação do meio ambiente. O empresário George Stevanovich, apontado como representante dos interesses jurídicos da empresa, foi condenado a três anos, seis meses e 20 dias de detenção. E Luiz Carlos Oliveira de Araújo, também do Le Cirque, deve ser punido com detenção de um ano e um mês. Os réus podem recorrer em liberdade.
Luiz Sabóia argumenta que, na decisão, o juiz teria desconsiderado 17 laudos de profissionais de unidades do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além de outros dois encomendados pelo Le Cirque a profissionais renomados. Tais documentos comprovariam que os bichos não eram vítimas de maus-tratos. “Também vamos contestar a distribuição desses animais. Estão em zoológicos particulares que estão auferindo lucro com eles”, destacou.
Para o magistrado, ficou comprovado que, em consequência dos maus-tratos e mutilações, os chimpanzés tiveram extraídos os dentes, além de serem castrados. De acordo com os autos, os elefantes sofreram problemas de articulações e apresentaram desnutrição. As girafas não puderam manter-se eretas em inúmeras ocasiões e a higiene dos recintos era precária.
Fonte: Correio Braziliense