Na próxima semana pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em Santa Catarina, devem concluir laudo que apontará a causa da morte de 150 animais marinhos, como tartarugas, golfinhos e baleias, ocorridas entre outubro e dezembro no litoral do estado.
Nesta sexta-feira (2) ambientalistas e biólogos encerraram as buscas por corpos de espécies aquáticas nas praias da região centro-norte do litoral, principal área onde foram constatados os óbitos. “Pelo último levantamento, estimamos a morte de 150 animais. Agora vamos concluir esse laudo para enviaá-lo às autoridades ambientais, que investigarão o motivo dessa mortalidade”, disse Jules Marcelo Rosa Soto, curador do Museu Oceanográfico e Ecomuseu Univali e coordenador das equipes de busca.
De acordo com Rosa Soto, o documento será enviado para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), Polícia Ambiental e Ministério Público.
Crime ambiental
A principal suspeita levantada pelos pesquisadores é que a alta mortalidade de espécies marinhas tenha ocorrido devido a práticas de pesca. Existe a possibilidade de que pescadores tenham utilizado redes de malha fina próximo à costa, o que prejudicaria a movimentação de animais, que acabam aprisionados nas redes. A prática é proibida no Brasil, segundo a legislação ambiental.
Segundo a Univali, desde o início do monitoramento de espécies na costa de Santa Catarina, há 18 anos, nunca houve uma mortalidade tão alta de animais no litoral. A maioria dos óbitos registrados foi de tartarugas-verdes (Chelonia Mydas).
O balanço final da quantidade de mortes registradas será divulgado apenas na segunda-feira (5), mas os biólogos já contabilizam corpos de golfinhos-cinza (Sotalia guianensis), botos (Tursiops truncatus), conhecidos como “boto flíper” ou “boto da tainha”, uma baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae), uma baleia-minke-antártica (Balaenoptera bonaerensis) e toninhas (Pontoporia blainvillei).
Fonte: G1