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Laudo confirma que tutor deixou cadela lhasa apso morrer de fome em Bauru (SP)

6 de janeiro de 2012
3 min. de leitura
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Passados exatos sete dias do encontro de um cão morto na Vila Giunta, em Bauru, o laudo da diretoria da Divisão de Vigilância Ambiental de Bauru atestou: a morte ocorreu por inanição, ou seja, falta de alimento. A Polícia Civil, por meio do 1º Distrito Policial (DP) de Crimes Ambientais, identificou os autores, que poderão responder por maus-tratos qualificado.
O JC noticiou, na semana passada, a situação da cadelinha, chamada Lilica segundo seu tutor, um rapaz de 29 anos que teve a identidade mantida em sigilo pela polícia por conta das investigações.
Depois de ouvirem latidos constantes que cessaram após alguns dias, vizinhos resolveram olhar dentro da casa do casal tutor do animal para ver o que tinha acontecido, já que a família estava viajando e a cadela, sozinha. Para isso, foi necessária uma ação conjunta entre a Polícia Civil e o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), já que a casa onde vivia o animal é alugada.
Familiares dos acusados de maus-tratos também foram acionados para comparecer à casa, junto do proprietário do imóvel. Lá os funcionários do CCZ encontraram Lilica, de apenas 8 meses, já sem vida.
Sem ter mais o que fazer para socorrê-la, os próprios familiares do casal levaram a cadela ao CCZ para o descarte correto. Os acusados de maus-tratos serão autuados e, em seguida, multados. O valor da infração pode chegar a R$ 4 mil, segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal.
Sem alimento
O delegado titular do 1º DP, Dinair José da Silva, explicou ao JC que o laudo da Divisão de Vigilância Ambiental chegou à Polícia Civil há três dias.
“O laudo veio da diretora de Divisão de Vigilância Ambiental, que fala: ‘não localizei no quintal nenhuma outra fonte provida de alimento, ou seja, comida e água, ao que deve concluir que o cão não teve suas necessidades básicas supridas. Os vizinhos relatam latido constante.’ Quer dizer, foi por falta de alimentação mesmo (o óbito)”, disse o delegado.
O casal tutor do animal, um homem de 29 anos e uma mulher de 26 anos, foi chamado à delegacia para prestar esclarecimentos. De acordo com Dinair, o relato deixou evidente a situação em que vivia a cadela.
“Ele me contou que foi viajar no dia 24 de dezembro e que neste dia a cachorrinha tinha fugido pela manhã. Como ela não voltou até o horário em que saíram de viagem, ele resolveu deixar ração e água apenas, na esperança de que a cadelinha retornasse e alguém a colocasse para dentro da casa”.
Além disso, o próprio rapaz contou que já teve outros cães, que também fugiram, o que demonstra, segundo o delegado, a falta de cuidado que ele e a mulher tinham com os animais.
Viagem
Mesmo sem saber do paradeiro de Lilica, a família viajou e retornaria no dia 26 de dezembro, o que não aconteceu, segundo o acusado de maus-tratos relatou em seu depoimento à polícia.
“Ele justificou que nestes dias da viagem ele lesionou a mão e teve que ficar mais uns dias por lá. Depois ficou sabendo da morte da cachorrinha”, relatou o delegado titular do DP de Crimes Ambientais, Dinair José da Silva.
Fonte: JCNET

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