O atendimento de animais feridos nos incêndios do Pantanal usa técnicas de recuperação semelhante a casos com humanos, afirmam especialistas na frente de atendimento no bioma. O uso de laser, ozônio e pomadas está entre as vias de tratamento usadas pelos veterinários especialistas em vida silvestre.
Valente é um jovem macho, de aproximadamente um ano de idade, que foi encontrado em meio aos incêndios na porção do Pantanal no Mato Grosso do Sul, no último mês. Segundo o Onçafari, que vem recuperando o animal, a anta estava sozinha e muito debilitada, com queimaduras de 2º e 3º grau nas quatro patas.
Assim como a Melancia, filhote de anta de seis meses resgatada, Valente está sendo atendido e segue em tratamento intensivo, com aplicação de pomadas cicatrizantes, laserterapia e o uso de pele de tilápia para auxiliar a recuperação de lesões, “um método pioneiro que também é usado no tratamento de humanos que sofreram queimaduras”, destaca o Onçafari.
“Valente é sinônimo de forte e corajoso, o que combina muito com esse jovem sobrevivente! Por aqui, seguimos fazendo o nosso melhor para que ele tenha uma nova chance na natureza!”, afirma a instituição.
O tratamento de Valente e Melancia conta ainda com a ozonioterapia. O ozônio tem propriedades anti-inflamatórias e antissépticas, e também é utilizado para a esterilização de materiais cirúrgicos e alimentos. A névoa ozonizada age como bactericida e fungicida, ajudando a tratar as lesões e a estimular a cicatrização das patas queimadas, explicam os veterinários.
“Estamos utilizando um aparelho inovador desenvolvido no Brasil que produz uma névoa ozonizada de fácil aplicação nos ferimentos, evitando o estresse dos animais”, afirmam os especialistas. Veja no vídeo abaixo como é o atendimento de Valente:
Socorro na Rodovia Transpantaneira
Em Mato Grosso, nas imediações da Rodovia Transpantaneira (BR-070), profissionais do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e do estado vêm trabalhando em uma força-tarefa para socorrer a fauna da região, que, quando escapa do fogo, enfrenta a falta d’água e de alimentos para sobreviver durante a temporada de seca e incêndios.
Imagens das armadilhas fotográficas mostram resultados considerados animadores pelos especialistas. “É possível observar que os animais estão saudáveis e desempenhando seus comportamentos naturais”, afirma post do ICMBio.
Nas imagens, é possível ver onças, veados, antas, porcos-do-mato e aves matando a sede em açudes artificiais criados pelas forças de auxílio (veja abaixo). Os bebedouros são reabastecidos regularmente com ajuda do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso.
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Fonte: Um Só Planeta