Mariana Dandara (da Redação)
Em abril, uma pastelaria no Rio de Janeiro foi identificada pelo Ministério Público do Trabalho como um local em que havia, além de trabalho escravo, a venda de salgados recheados com carne de cachorro. Após esse episódio, o dono de uma lanchonete na Zona Portuária, Iguaci Moraes, 59 anos, decidiu colocar em frente ao seu estabelecimento uma placa que diz: “Aqui, somente usamos carne de vaca. Cachorro, para nós, é para ser amado e protegido”, em uma clara estratégia para manter a clientela. A informação é da Agência O Dia.
A placa foi inaugurada há três semanas e tem alcançado o seu objetivo, como afirma Iguaci: “Desde que a gente colocou essa placa aí, tivemos aumento considerável, chamamos atenção das pessoas. Muitos curiosos já vieram aqui”, em entrevista ao O Dia.
A atitude, aceita por boa parte das pessoas, tal como confirma o dono da lanchonete, demonstra o especismo enraizado na sociedade – preconceito contra seres de outras espécies – que faz com que as pessoas acreditem ser normal escravizar, explorar e matar de forma cruel uma vaca, porém condenável o mesmo ato quando feito contra um cão, demonstrando que depositam mais importância em um do que no outro.
Cães e vacas são animais distintos. Possuem personalidades e vontades diferentes, agem de formas opostas. Entretanto, esses animais e todos os outros das demais espécies, são iguais na dor. Sendo assim, a ideia imposta nessa placa, a qual defende um em detrimento do outro, não segue uma postura ética de respeito à vida e esse discurso especista implícito nela deve ser desconstruído diariamente, para que assim, um dia, todos os animais possam ser vistos como sujeitos de direitos.