Após mais de uma década de experimentos dolorosos e controversos, o laboratório de Agnès Lacreuse, na Universidade de Massachusetts-Amherst (EUA), encerrou suas atividades. A decisão foi resultado de uma intensa campanha da ONG PETA, que denunciou o sofrimento imposto a saguis e o desperdício de mais de US$ 6 milhões em recursos federais.
Os testes tinham como foco a menopausa, uma condição inexistente nesses primatas. Investigações realizadas tornadas públicas em 2021, revelaram procedimentos invasivos como perfurações cranianas para implantação de eletrodos, cortes no pescoço e passagem de fios pelo corpo. Ao final dos experimentos, os animais eram mortos e dissecados.
A mobilização contou com mais de 160 mil e-mails enviados aos Institutos Nacionais de Saúde e 1,3 milhão de mensagens à UMass. Figuras públicas como Daisy Ridley, Cassandra Peterson, Kate del Castillo, Casey Affleck e sua mãe, Chris Anne Boldt, se posicionaram contra as práticas do laboratório. A campanha incluiu protestos, ações judiciais e pressão pública até que, recentemente, uma mensagem no site do laboratório confirmou o fechamento.
Em 2022, a PETA venceu um processo para obter registros do centro de pesquisas. Além de entregar os documentos e vídeos das atividades, a UMass pagará à organização US$ 50 mil em compensação parcial dos custos legais.
Na natureza, saguis vivem em grupos nas copas das florestas tropicais, onde mantêm laços sociais, compartilham alimentos e cuidam de suas crias. O fim desse laboratório representa um marco na luta contra o uso cruel de animais em experimentos e reforça a necessidade de métodos éticos na ciência.