Por Giovanna Chinellato (da Redação)
Grupos em defesa dos animais frequentemente se infiltram em lugares horríveis como laborátorios de teste em animais, fazendas de pele e matadouros, e saem de lá com vídeos de terror. É difícil assistir às filmagens, mas é mais difícil ainda ver a evidência passar pelas burocracias legais e políticas enquanto todo o sofrimento continua. Entretanto, essa semana uma investigação da PETA sobre os abusos num laboratório da Carolina do Norte levaram o lugar a fechar as portas e libertar 200 animais.
Segundo informações da Animals Change, um investigador da PETA passou nove meses trabalhando nos canis da Professional Laboratory and Research Services, uma companhia contratada para testar inseticidas e outros químicos. As farmacêuticas da PLRS incluem a Bayer, Eli Lilly, Novartis, Schering-Plough (agora Merck), Sergeant’s, Wellmark e Merial (que produz Frontline). Esse é o lado negro da medicina veterinária, a maior parte dos tutores consome essas marcas.
A investigação da PETA mostrou um vício e um ciclo de crueldades por parte dos funcionários para com os animais. Eles gritavam e amaldiçoavam os bichos assustados. Trabalhadores foram vistos maltratando gatos e acertando cães com mangueiras de pressão, com sabão, para “limpá-los”. Mas os canis nunca ficaram realmente limpos e muitos cães tinham feridas de viver no concreto molhado e em meio às próprias fezes.
Não havia veterinário na equipe, então os funcionários “tratavam” os animais por conta própria. Em um caso, um anestésico vencido foi dado a um cão que extrairia o dente, e quando ele mostrou sinais de estar com dor, o procedimento prosseguiu sem hesitação. Num teste de toxicidade, gatos tiveram reações imediatas e violentas a químicos aplicados em seu pescoço, mas o teste não foi interrompido – mais tarde no mesmo dia foi dada uma segunda dose.
A PETA liberou o resultado da investigação e preencheu uma queixa contra a USDA. Apenas uma semana depois, a PLRS fechou as portas, eles não farão mais testes e abriram mão de todos os animais. Mas isso não quer dizer que sumiram do mapa – a USDA abriu uma investigação oficial e a PETA entregou as evidências a um promotor local.
Marc Bekoss, que foi conselheiro da campanha, está extremamente feliz em ver que o abuso chega ao fim e que algo está sendo feito contra a empresa. “Esses seres que sentem dor nunca deveriam passar por isso”, ele diz. “Aposto que ninguém entregaria seu animal de estimação a essa companhia.”
Os quase 200 cães e dezenas de gatos que eram mantidos pela PLRS não são diferentes daqueles que temos aos nossos pés em casa, mas, como diz a PETA, “eles viviam confinados, sem alegrias, sem coçadinhas atrás da orelha, sem companhia, sem qualquer palavra gentil”.
Porém, não mais. Oficiais estão trabalhando para conseguir lares verdadeiros para eles. O caso contra a PLRS apenas começou, e esse é um dentre milhares de laboratórios que conduzem testes cruéis. Mas, para esses cães e gatos, um novo capítulo começa e estão prestes a ter a vida que sempre mereceram.