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Laboratório cria "cidade" de 180 mil camundongos abusados em pesquisas médicas

27 de março de 2018
2 min. de leitura
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Uma “cidade de camundongos” do tamanho da população de York foi acidentalmente criada por cientistas após um erro no laboratório, aponta um novo relatório do governo da Grã-Bretanha.

Foto: Adam Gault / ALAMY

Pesquisadores de um laboratório não identificado criaram cerca de 180 mil camundongos adicionais do que o permitido por sua licença para uso em experimentos e os submeteram a procedimentos não autorizados, mas receberam apenas uma carta de reprimenda.

O erro é o mais alarmante entre as dezenas de casos de laboratórios que infringiram a legislação na Grã-Bretanha mostrados em um relatório oficial do governo sobre testes em animais.

O relatório informou que uma licença foi concedida para monitorar 127.600 camundongos ao longo de um projeto, mas “esse número foi significativamente excedido em 179.546”.

Os cientistas que trabalham no projeto tentaram justificar o equívoco dizendo que inúmeros animais foram registrados em diferentes bancos de dados.

O relatório também mostrou que um primata foi deixado durante a noite em uma incubadora de recuperação sem alimento ou água após passar por uma cirurgia, enquanto outros roedores morreram quando não foram alimentados corretamente ou foram sufocados porque suas gaiolas não foram fixadas às saídas de ar. Devido a uma “falta de comunicação”, 74 filhotes morreram após ficarem 65 horas sem a umidade adequada.

Jan Creamer, Presidente da Sociedade Nacional Contra a Vivissecção, declarou: “O fracasso em providenciar cuidados básicos para animais em pesquisa é perturbador e cria mais questões sobre a adequação e o sofrimento durante os procedimentos em si. Utilizar métodos avançados sem animais evita essas dúvidas e oferece melhores resultados para animais e pessoas”.

Os números mais recentes mostram que camundongos representam 60% dos dois milhões de animais usados em testes científicos anualmente na Grã-Bretanha.

De acordo com o Telegrah, os camundongos são abusados em pesquisas sobre problemas de saúde, como câncer, diabetes e a doença de Alzheimer. Eles são usados porque são pequenos e se reproduzem rapidamente, sendo que as fêmeas dão à luz até 40 filhotes a cada ano.

Ativistas da PETA pressionaram governos e pesquisadores a pararem de financiar os experimentos cruéis e abusivos em ratos e camundongos.

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