O refresco na temperatura esperado com a chegada do La Niña, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, pode não vir como esperado. Um novo boletim emitido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) na 4ª feira (11/12) apontou que o fenômeno deve acontecer até março de 2025, mas não terá força para deter o calor anormal proveniente das mudanças climáticas, que farão de 2024 o ano mais quente da história.
O La Niña é conhecido pelo resfriamento da faixa Equatorial Central e Centro-Leste do oceano Pacífico. Para o Brasil, costuma trazer como efeitos aumento de chuvas no Norte e no Nordeste; tempo seco no Centro-Sul, com chuvas mais irregulares; tendência de tempo mais seco no Sul e condição mais favorável para a entrada de massas de ar frio, gerando maior variação térmica, detalha o g1.
A expectativa era de que, com a chegada do fenômeno, os efeitos de calor extremo sentidos desde 2023 pelo El Niño – que colaborou para que 2024 batesse o recorde de ano mais quente já registrado – diminuíssem. Mas a análise da OMM mostra que as chances estão diminuindo: em julho, eram de 70%; em setembro, 60%; e agora, 55%, aponta a Jovem Pan.
Segundo o comunicado da OMM, a temperatura do mar está ligeiramente abaixo da média em grande parte do Pacífico equatorial central e oriental. Mas ainda sem chegar aos níveis que caracterizam o La Niña.
“Mesmo que um evento La Niña surja, seu impacto de resfriamento de curto prazo será insuficiente para contrabalançar o efeito de aquecimento dos gases de efeito estufa que retêm calor recorde na atmosfera”, disse a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo.
A Folha também destacou uma fala da especialista: “mesmo na ausência de condições de El Niño ou La Niña desde maio, testemunhamos uma série extraordinária de eventos climáticos extremos, incluindo chuvas e inundações recordes, que infelizmente se tornaram a nova norma em nosso clima em mudança”.
A previsão da organização indica que temperaturas acima do normal generalizadas da superfície do mar devem persistir em todas as bacias oceânicas, exceto no Pacífico oriental quase equatorial. Segundo os especialistas, essa pode ser a causa para o menor impacto do fenômeno.
Fonte: ClimaInfo