A Justiça do Distrito Federal condenou cinco moradoras de Sobradinho por causarem “perturbação” aos vizinhos ao alimentar e cuidar de gatos em situação de rua dentro dos condomínios onde vivem. As decisões foram proferidas pela juíza Clarissa Braga Mendes, da 2ª Vara Cível de Sobradinho, em ações movidas por moradores e administrações condominiais.

Os casos ocorreram nos condomínios Mansões Colorado e Morada dos Nobres. Em ambos, as rés foram acusadas de alimentar gatos nas áreas comuns, o que teria provocado aumento do número de animais, mau cheiro, ruídos, acúmulo de fezes e danos a telhados.

No processo do Mansões Colorado, a servidora pública Priscyla Dias e outras moradoras criaram uma associação para alimentar e castrar os gatos abandonados. Segundo os autores da ação, a iniciativa resultou em insalubridade e perturbação do sossego. A magistrada acatou os argumentos e condenou Priscyla a pagar R$ 4.947 por danos morais, além de R$ 3 mil a cada morador que a processou.

Na decisão, a juíza afirmou que “a partir do momento em que as rés atraíram e mantiveram colônia de gatos em torno de suas residências, tornaram-se responsáveis pelos prejuízos daí decorrentes”. Ainda cabe recurso.

Situação semelhante ocorreu no Morada dos Nobres, onde cinco moradoras também foram condenadas. Elas alimentavam gatos, realizavam castrações e promoviam campanhas de adoção nas dependências do condomínio. A Justiça determinou que as rés “parassem de imediato de alimentar ou abrigar gatos nas áreas comuns, calçadas e jardins de uso compartilhado”.

Os condomínios alegaram que o cuidado com os animais deve respeitar regras sanitárias e ambientais.

Projeto de lei tenta garantir proteção aos cuidadores

Plenário da Câmara Legislativa do DF durante sessão ordinária | Foto: Carolina Curi/Agência CLD

O tema chegou à Câmara Legislativa do DF nesta semana. Na terça-feira, 4, os deputados aprovaram o Projeto de Lei nº 1045/2024, de autoria do deputado Ricardo Vale (PT), que proíbe os condomínios de restringirem a presença ou tutela de animais comunitários em suas dependências.

O texto — que ainda depende de sanção do governador Ibaneis Rocha (MDB) — busca proteger cuidadores voluntários e evitar maus-tratos a cães e gatos abandonados. “O regramento é importante para coibir abusos de administrações condominiais que criam empecilhos ou constrangimentos a quem cuida dos animais”, afirmou o autor.

Fonte: Jornal Opção