Uma das nove lojas do Mercado Central de Belo Horizonte que ainda comercializam animais foi condenada ao pagamento de indenização à família que adquiriu um filhote da raça Akita, infectado com cinomose.
Vendido com apenas 52 dias de vida e sem a vacinação obrigatória, que teria que ter sido aplicada aos 45 dias, o animal contraiu a doença e morreu um mês após ter sido comprado.
A pena imposta foi de R$ 18 mil por danos morais à família. A decisão também ressaltou que o animal já estava infectado no momento da venda, evidenciado pelos sintomas manifestos no primeiro dia após a venda.
A maioria das lojas do Mercado Central que vendiam animais encerraram esse comércio macabro. Nove ainda mantêm animais aprisionados para venda e são alvos de diversas denúncias por maus tratos.
Por isso, no domingo, 7 de setembro, ativistas protestaram contra a venda de animais durante as comemorações dos 96 anos do Mercado Central.
Além de cruel, esse comércio representa risco sanitário e prejudica a imagem turística da capital mineira.
Jaulas vazias
A luta do Movimento Mineiro pelos Direitos Animais (MMDA) pelo fim desse comércio é antiga e estimulou a sociedade a se conscientizar sobre a inadequação desse comércio quanto ao sofrimento animal, incompatibilidade sanitária e comprometimento da imagem do Mercado Central.
“Não pararemos até que todas as jaulas, gaiolas e aquários estejam vazios”, ressaltou Adriana Araújo, coordenadora do MMDA.
MPMG fez operação no MC em 2023
Em dezembro de 2023, por exemplo, mais de 250 animais foram apreendidos no local durante uma operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e de outras entidades fiscalizadoras, em razão de condições de maus tratos como gaiolas sujas e lotadas, além da falta de água e alimento.
A ação resultou na prisão de um comerciante e no encaminhamento dos animais para tratamento veterinário, além da abertura de processos judiciais
Adriana lembra ainda que existe uma ação civil pública, proposta pelas Promotorias de Justiça do Meio Ambiente, Saúde e Defesa do Consumidor do MPMG, que pede o fim da venda de animais no Mercado Central.
“Contamos com o bom senso e responsabilidade constitucional dos desembargadores do TJMG para julgarem em segunda instância favoravelmente pelo derradeiro fim deste perverso e cada vez mais condenado comércio. BH merece e urge dar este passo civilizatório e evolutivo.”
Recentemente, durante a 10ª Corrida do Mercado Central, ativistas também realizaram um protesto ao longo do evento. Eles prometem intensificar as mobilizações até que a comercialização de animais vivos seja definitivamente encerrada no local.