Ficaram ali ao lado do companheiro de muitos anos que acabava de perder a vida por conta de um atropelamento.
Um mal súbito desequilibrou seu Januario e o caminhão não conseguiu desviar.
Os três peludos que foram acolhidos por seu Januario ainda filhotes, e viveram com ele até aquele dia triste.
Somente o vizinho, foi permitido por eles chegar perto e cobrir o corpo do amigo querido com um lençol.
Entendiam o que havia acontecido.
E assim ouvíamos um ou outro uivo sentido.
Consideravam os três responsáveis pelo velho amigo, e somente com a chegada da filha de seu Januario se afastaram do corpo.
Tentaram contar para ela o ocorrido com latidos baixos e longos, e carinhosamente ela dizia para eles que entendia, que também sofria, e entendia.
Ela amparou os três com a promessa feita em meio a lagrimas que viveriam com ela da mesma forma que viveram felizes com seu pai.
E o único pedido do velho feito a ela sempre que se falavam foi atendido:
-Que me vejam a caminho do campo santo e assim nem por um segundo imaginem que eu os abandonei.