Por David Arioch
Após a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOOA) divulgar que junho deste ano foi o mais quente já registrado, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) chamou atenção para os riscos das temperaturas elevadas e seus impactos para as calotas polares dos Hemisférios Norte e Sul — onde foram registrados recordes de derretimento.
“As temperaturas da superfície terrestre e marinha foram as mais altas (já) registradas. Nove dos dez ‘junhos’ mais quentes ocorreram desde 2010”, afirmou a porta-voz da OMM, Claire Nullis, em coletiva de imprensa na sexta-feira passada (19).
De acordo com a representante da agência da ONU, junho de 2019 também foi o 414º mês consecutivo com temperaturas acima das médias registradas no século XX. Ao longo do mês passado, foram identificadas ondas de calor no oeste e no centro da Europa, com temperaturas até 10° C acima do normal. Na França, o serviço meteorológico nacional registrou uma máxima de 46° C no sul do país.
“As temperaturas foram notavelmente superiores à média na ilha de Baffin, no norte da Sibéria (onde incêndios florestais continuam) e em algumas partes da Antártida. Outras regiões com temperaturas substancialmente superiores ao normal incluem a Groenlândia, o Alasca e partes da América do Sul, África e Ásia. A Índia e o Paquistão tiveram uma onda de calor severa na primeira parte do mês, antes do início das monções”, explicou Claire.
Nenhuma parte do planeta Terra teve recordes de frio entre janeiro e junho de 2019. A porta-voz da OMM ressaltou, porém, que as temperaturas são apenas “uma parte da história”.
“De acordo com uma análise realizada pelo Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo, em junho, foi registrada a segunda menor extensão de gelo marinho na Ártico em (todos os) 41 anos que se têm registros, atrás (somente) do mínimo histórico identificado em junho de 2016. O gelo marinho antártico também foi o mais baixo (já registrado)”, afirmou Claire.
A temperatura média entre janeiro e junho de 2019 é a segunda mais alta no acumulado de 140 anos. Os números são superados apenas pelos de 2016.
Os desvios da média para o alto do termômetro foram registrados sobretudo em regiões do Hemisfério Norte — especificamente no Alasca, no oeste do Canadá e no centro da Rússia. Mas o calor também bateu recordes na porção sul da África, na Nova Zelândia, em Madagascar e no centro da América do Sul.
Já os desvios para baixo mais significativos foram identificados nos estados da fronteira entre EUA e Canadá.
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