Duas jumentas que foram resgatados pela Longhopes Donkey Shelter se tornaram melhores amigas. Encontradas no mesmo lugar, porém em tempos diferentes, Hattie e Gertie são inseparáveis.
Hattie foi a primeira a ser resgatada. Ela estava sendo colocada em leilão para ser vendida para consumo humano. Aos 34 anos, foi encontrada muito abaixo de um peso saudável, e seus cascos eram longos e crescidos.
A Longhopes Donkey Shelter em Bennett, Colorado, entrou em ação e resgatou todos os burros que estavam em perigo naquele dia. A maioria deles foi colocada para adoção, mas Hattie ficou no abrigo, dado a sua idade elevada.
“Nós tomamos essa decisão porque acreditamos que os animais devem ser tratados com dignidade, amor e respeito”, disse Victoria Schroeder, diretora executiva do Longhopes Donkey Shelter, ao The Dodo.
“Nós sentimos que Hattie não recebeu isso antes em sua vida e é por isso que alguém a condenou à morte. Mas desde o primeiro dia em que chegou a Longhopes, ela mudou a vida de todos”.
Hoje, Hattie tem 42 anos de idade. Ela é descrita como doce e compreensível, apesar de tudo o que ela já passou. Ela cuida de jovens burros órfãos ou abandonados que precisam de uma figura maternal, e ela é sempre a primeira a sentir quando alguém está nervoso ou chateado, tanto animais quanto humanos, de acordo com seus cuidadores:
“Geralmente, nossos voluntários novatos aprendem suas habilidades com a Hattie”, disse Schroeder. “Outros burros as vezes ficam nervosos quando um novo voluntário cuida deles. Mas Hattie sabe que eles são novos e ela os deixa pegar em seus cascos, escová-la, conduzi-la, sem dificuldade”.
“Ela é verdadeiramente uma professora aqui. Ela sempre nos mostra o caminho e nos faz entender que todo mundo precisa de tempo para aprender coisas novas e está tudo bem quando cometemos erros. Vamos conseguir da próxima vez”.
Sendo uma figura amiga e até mesmo materna, Hattie acolheu Gertie sem pensar duas vezes.
Gertie foi encontrada no mesmo lugar que Hattie estava, com apenas alguns meses de intervalo. Ela estava em seus 20 anos quando foi resgatada. Ela acabou conseguindo uma família e foi adotada. Entretanto, esse não foi o seu final feliz.
Alguns anos depois, descobriram que o tutor de Gertie se cansara dela e a deixara sozinha. Ela não tinha ninguém para brincar e muito pouca interação social, então o abrigo decidiu buscá-la.
“No momento em que estacionamos o caminhão e o trailer, pudemos vê-la fugir de onde estávamos”, disse Schroeder. “Gertie nos viu e ela não podia acreditar. Ela começou a zurrar tão alto e estava tão ansiosa para vir conosco. Nós a abraçamos, a beijamos e choramos com ela. Dissemos a ela que tudo ficaria bem e levamos ela até nosso trailer. Nós a trouxemos de volta e foi quando ela foi até Hattie para obter algum conforto”.
Ela chegou abalada com toda a situação e encontrou Hattie. E foi dela que Gertie encontrou o seu conforto, e nunca mais quis sair de perto da nova amiga. E foi recíproco. Depois de tudo pelo o que Gertie passou, o abrigo decidiu que ela não deveria ir embora.
“Eles estão sempre juntos e choram sem parar quando se separam”, disse Schroeder. “Eles comem juntos na mesma barraca todas as manhãs. E no inverno, mesmo com cobertores, eles ainda estão de pé um ao lado do outro para o conforto”.
Enquanto Gertie é um pouco tímida, Hattie adora interagir com as pessoas. Sua personalidade extrovertida ajuda Gertie a superar parte de sua timidez.
“Elas ficam perto da porta e da janela onde a sua comida fica, e quando eu vou lá para preparar a comida, Hattie abre a porta. Literalmente”, disse Schroeder. “Eles também zurram muito alto pela janela para que você saiba que é hora do almoço!”.
Hattie e Gertie são um exemplo de exploração animal que, com a ajuda da consciência e boa vontade das pessoas, tiveram o seu final feliz. Agora elas sempre terão uma a outra.