Enquanto chefes de estado chegam à Belém nesta terça-feira (08) para a Cúpula da Amazônia, floresta cujo papel na manutenção do clima regional e do planeta é primordial, o Serviço Copernicus de Mudanças Climáticas ligado à União Europeia (UE) e à Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês), informaram que julho de 2023 é o mês mais quente já registrado historicamente, desde que a medição começou a ser realizada.
A média global para os dias de julho bateu a marca de 1,5ºC acima da era pré-industrial, entre 1850 e 1900 – exatamente a marca do limite mais ambicioso estabelecido pelo Acordo de Paris, entre líderes de quase 200 países em 2015, para limitar o aquecimento global até o final do século.
Para meteorologistas, o calor de julho foi uma espécie de demonstração do que será cada vez mais comum. A temperatura média ficou 0,33 °C acima do recorde anterior, registrado em julho de 2019.
Se continuar no mesmo ritmo, 2023 está em vias de se tornar o ano mais quente da história, desbancando 2016, que como este ano também foi marcado por um El Niño mais intenso. O fenômeno ocorre com o aumento na temperatura das águas dos mares. A temperatura da superfície dos oceanos também bateu recorde de calor em julho.
De acordo com o Copernicus, o gelo marinho da Antártida atingiu 15% abaixo da média – nível mais baixo para um mês de julho desde o início das observações por satélite. Como consequência do calor, o período foi marcado por incêndios florestais, redução do bem-estar e a necessidade de adaptação rápida por parte das lideranças.
Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, a humanidade saiu da era do aquecimento global para entrar na da “fervura global”. O recorde absoluto foi quebrado em 30 de julho, com a média de 20,96 graus. Para a rede científica World Weather Attribution (WWA), a onda de calor seria “virtualmente impossível” sem o efeito da atividade humana.
Fonte: Um Só Planeta